Diferenças sociais entre norte e sul do país caem pela metade
A diferença social entre o norte e o sul do país caiu pela metade nos últimos dez anos, de acordo com o IDS (Índice de Desenvolvimento Social), criado pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) em 2006 para avaliar as diferenças
Publicado 06/12/2007 17:08
A pesquisa divide o país em duas grandes áreas. A primeira engloba os Estados das regiões Norte e Nordeste, e a segunda, Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Os resultados atualizados foram divulgados nesta quinta e mostram que os indicadores dos Estados do sul, que superavam em 4,5 vezes os dos Estados do norte, agora são 2,4 vezes maior.
O IDS varia entre zero e um e –quanto maior o nível de desenvolvimento, mais próximo do número um. Apesar de as diferenças ainda serem significativas entre os extremos, elas regrediram entre as regiões que compõem os blocos.
É o caso do Nordeste, cujo IDS era 0,13 em 1995 e em 2006 registrou 0,35. A alta se deve, segundo o BNDES, à melhoria das condições de educacação, saúde e renda. Com isso, a região se aproximou da Norte, que registrou IDS de 0,39 em 2006.
Da mesma forma o Centro-Oeste que, de um índice intermediário em 1995 (0,44), quase alcançou os vizinhas Sudeste (0,77) e Sul (0,71) em 2006, com um índice de 0,65.
Indicadores
Segundo o BNDES, todos os indicadores em educação, saúde e renda melhoraram no longo prazo. A melhora mais expressiva foi da educação, que melhorou 59,5% -de 0,34 em 1995 a 0,54 em 2006.
Destaque para o Nordeste, onde o índice evoluiu de 0,08 a 0,34 entre o período verificado. Segundo a pesquisa, os fatores que causaram a melhora são o aumento da alfabetização e a média de anos de estudo da população.
Diferentemente dos anos anteriores, entre 2005 e 2006 o indicador de melhor desempenho foi a renda, que cresceu 10,2%. O BNDES aponta como fatores determinantes o incremento do salário mínimo e o programa Bolsa Família, que teria impulsionado a renda principalmente nas regiões mais pobres.
O Nordeste teve melhor índice também na área de saúde. O IDS cresceu de 0,12, em 1995, para 0,40 em 2006. As causas apontadas são os aumentos na rede de cobertura de água e na esperança de vida geral.
A pesquisa cita a necessidade de se cumprir os investimentos em saneamento básico previstos no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), já que o saneamento é o principal fator de diferenciação entre as regiões do Brasil.
Fonte: Folha Online