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Exposição recupera memória dos Anos de Chumbo

Sete capitais brasileiras — Florianópolis, Recife, Belém, Belo Horizonte, Fortaleza, Porto Alegre e Goiânia — revivem a partir desta semana um pouco da história dos Anos de Chumbo no Brasil com a abertura da exposição fotográfica Direito à Memória e à Ver

Concebida pela Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República (SEDH/PR) para comemorar os 27 anos da promulgação da Lei da Anistia no Brasil, a exposição foi aberta, pela primeira vez, em agosto de 2006, na Câmara dos Deputados, em Brasília. De maio a agosto de 2007, os espaços culturais da Caixa Econômica Federal, no Rio de Janeiro, Curitiba, São Paulo, e Salvador receberam a linha do tempo que conta a história do país entre os anos de 1964 e 1985 — época em que esteve submetido ao regime militar.



Em uma viagem ao passado recente, as imagens recuperam a memória do golpe militar, que no dia 31 de março de 1964 mergulhou o país numa ditadura que durou 21 anos. Os tanques na frente do Congresso Nacional, as passeatas estudantis, o envolvimento de artistas e músicos da época no movimento de resistência, as prisões e mortes a que foram submetidos os opositores do regime poderão ser vistas em painéis de 1,8 metro, conduzidos por um texto que reconta cronologicamente a história destes tempos.



Fatos marcantes da época da ditadura militar, como a morte de Carlos Mariguela, a troca de presos políticos pelo embaixador americano, a praça do Congresso Nacional tomada por tanques de guerra, as prisões no congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE) em Ibiúna (SP), a batalha da rua Maria Antônia, o culto ecumênico realizado na catedral da Sé pela morte de Herzog (que reuniu milhares de pessoas e foi considerado a primeira mobilização pública contra o AI-5) e o comício pelas Diretas Já, em São Paulo, poderão ser relembrados a partir das imagens da exposição. Personagens da história recente também podem ser identificados, com Chico Buarque, Edu Lobo, Glauber Rocha, Tonia Carrero, Eva Wilma, Odete Lara, Ziraldo, Lucélia Santos, o presidente Lula, Ulisses Guimarães, Teotônio Vilela, entre muitos outros.



Para o ministro Paulo Vannuchi, da SEDH/PR, a exposição é mais uma forma de conhecer o que aconteceu nesse período da vida republicana brasileira.



“Estes são registros de um passado marcado pela violência e por violações de Direitos Humanos. Só de posse desse conhecimento o país saberá construir instrumentos eficazes para garantir que esse passado não se repita nunca mais”, ressalta.



A exposição é uma realização da SEDH/PR, com produção da Fundação Luterana de Diaconia e ALICE — Agência Livre para Informação, Cidadania e Educação.



Em Recife, Belém, Fortaleza, Belo Horizonte e Porto Alegre a exposição fotográfica acontece paralelamente a 2ª Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul, também realizada pela Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República, com produção da Cinemateca Brasileira e do SESC/SP, apoio do Ministério das Relações Exteriores e patrocínio da Petrobras.



Datas das exposições


Recife – a partir de 5 de dezembro, na Cine Fundação Joaquim Nabuco (rua Henrique Dias, 609 – Derby), abertura, às 19 horas



Belém – a partir de 6 de dezembro, na Estação das Docas (av Gentil Bittencourt, 650), abertura, às 19 horas



Florianópolis – a partir de 7 de dezembro, no CESUSC (rodovia SC-401, km 10, Santo Antônio de Lisboa) – abertura às 19 horas
 
 
Porto Alegre – a partir de 8 dezembro, na Usina do Gasômetro (av. João Goulart, 551) – abertura > às 19 horas



Belo Horizonte – a partir de 10 dezembro, galeria Genesco Murta da
Fundação Clóvis Salgado, Palácio das Artes (av. Afonso Pena, 1537) – abertura às 19 horas



Fortaleza – a partir de 10 dezembro, Cine Beijamin Abraão – Casa Amarela (av. da Universidade, 2591) abertura às 19 horas



Goiânia – a partir de 11 dezembro, Assembléia Legislativa de Goiás (alameda dos Buritis, 231, setor oeste) – abertura às 14 horas