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Cristina Kirchner: presidentes começam se parecer com o povo

Cristina Fernández de Kirchner se tornou, nesta segunda-feira (10), a primeira mulher eleita democraticamente a tomar posse na Presidência da Argentina. Aos 54 anos, ele recebeu a faixa presidencial do marido, Néstor Kirchner, em cerimônia realizada

A peronista jurou exercer o cargo “por Deus, pela Pátria e pelos Santos Evangelhos”. Em seguida, recebeu a faixa e o bastão de comando das mãos do marido e antecessor. Durante a transferência do comando, houve uma chuva de papel picado das galerias do Congresso, em meio a aplausos.


 


“Ser presidente é a maior honra que um argentino ou uma argentina pode ter”, enfatizou Cristina no início de seu primeiro discurso como governante. Com um vestido de cor creme e blazer, a nova presidente destacou a gestão de Kirchner e afirmou que nas últimas eleições ganharam “os projetos”.


 


“Povo e nação em tempos de globalização continuam mais vigentes que nunca. Devemos representar os interesses dos argentinos”, afirmou. Entre os presentes, também se encontravam sua mãe e seus dois filhos, Máximo e Florencia.


 


No domingo, Cristina afirmou que, “pela primeira vez na história, os presidentes da América Latina se parecem com seus povos”. Além disso, elogiou a iniciativa do recém-fundado Banco do Sul: “Coisas que pareciam sonhos ou utopias, pouco a pouco tomam forma”.


 


Democracia


 


Cristina assume a presidência em coincidência com o 25º aniversário do retorno da democracia ao país. É o período mais extenso de estabilidade institucional desde 1930. Com Cristina, já são cinco os mandatos democráticos consecutivos na Argentina desde dezembro de 1983 – quando Raúl Alfonsin, do partido União Cívica Radical, assumiu ao final da ditadura militar (1976-1983).


 


Depois de vencer as eleições com 45,29% dos votos em 28 de outubro passado – com uma vantagem de 22 pontos sobre a segunda colocada, Elisa Carrió -, a nova presidente  sucederá Kirchner pelo período 2007-2011. Antes dela, Isabel Perón ocupou o mesmo cargo entre julho de 1974 e março de 1976 – mas como conseqüência da morte do seu marido, Juan Domingo Perón.


 


Delegações de diversos países da América Latina e da Europa, assim como representantes de organizações mundiais, assistiram à posse. Cristina governará com uma ampla maioria parlamentar de 128 deputados peronistas, que podem chegar a 153 com os aliados extra-partidários. Um eventual bloco de direita, liderado pelos partidos PRO e UCR, serão as principais forças da oposição, com cerca de 30 deputados cada um.