Ex-governador de Brasília tenta adiar julgamento na Justiça
O Jornal da Band exibiu na edição desta segunda-feira, matéria sobre as manobras do ex-governador Joaquim Roriz que adiaram o julgamento do processo aberto a partir de denúncia do Ministério Público Eleitoral e do PCdoB-DF.
Publicado 10/12/2007 21:46
Leia o texto da matéria e veja a reportagem completa abaixo.
APRESENTADOR RICARDO BOECHAT: Acusado de crime eleitoral e de negócios particulares com bens públicos, o ex-governador Joaquim Roriz, de Brasília, manobra para adiar seu julgamento na Justiça.
REPÓRTER: O Ministério Público do Distrito Federal já investiga há mais de três anos a utilização de bens em serviços públicos com fins privados pelo ex-governador Joaquim Roriz.
Na semana passada, o Jornal da Band mostrou imagens de carros e de funcionários públicos trabalhando na fazenda do ex-governador em Luziânia, Goiás. O escândalo é apenas um entre dezenas que foram legados pelo governo Roriz.
Na caixa-preta das contas recebidas pelos atuais administradores, há centenas de contratações suspeitas. As dívidas deixadas no final do governo passado somam R$ 750 milhões. O Tribunal de Contas (…) o pagamento de várias faturas. Roriz tem que explicar, por exemplo, porque alugava carros acima do preço de mercado de pelo menos duas empresas. Porque utilizava funcionários públicos na segurança e em serviços internos da fazenda dele, porque recebeu um cheque de R$ 2,2 milhões do empresário Nenê Constantino, que é concessionário de transportes públicos e o que foi feito com esse dinheiro, supostamente utilizado para subornar dois juízes do Tribunal Regional Eleitoral.
As relações entre o ex-governador Roriz e o Poder Judiciário formam um capítulo à parte. Ele já respondeu a cerca de 50 processos e conseguiu sair limpo. Apesar de ter sido forçado a renunciar ao mandato de senador para não perder os direitos políticos, Roriz ainda parece gozar de uma estranha imunidade.
Na semana passada, o ex-governador conseguiu mais uma vitória, desta vez no TSE. O tribunal analisa um recurso que pode manchar a carreira política dele. Roriz é acusado de mandar mudar o telefone de uma estatal para o número 151, que ele usou para disputar a cadeira de senador. OS advogados dele conseguiram que um juiz pedisse vista do processo, levando o desfecho do caso para um futuro incerto.
ADVOGADO/LUIZ CARLOS ALCOFORADO: Enquanto essa matéria não for resolvida, certamente alguém estará exercendo o mandato de maneira espúria ou não.
REPÓRTER: A Câmara Legislativa também está sob controle do ex-governador. A bancada rorizista conseguiu impedir a convocação dele para prestar esclarecimentos sobre a chamada Operação Aquarela, que o flagrou dando instruções para a partilha dos R$ 2,2 milhões sacados irregularmente do caixa do BRB.