Chico Lopes: As tarifas e o consumidor

A restrições anunciadas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) às tarifas bancárias representam uma grande vitória para o consumidor. Trata-se de um freio na verdadeira farra promovida pelas instituições financeiras por meio dessas cobranças – em muitos c

Enquanto as tarifas engordam o lucro dos bancos, quem paga a conta? O consumidor. A dona Maria, o seu José, o pedreiro, a costureira, o universitário, o professor, o profissional liberal, o servidor público, o pequeno comerciante. Gente que trabalha para viver dignamente e ainda tem de decifrar as tantas cobranças que aparecem na conta.


 


 


E a tarefa não é nada simples. Tem muita gente com pós-graduação quebrando a cabeça pra entender seu extrato bancário e descobrir o que foi mesmo aquele débito. Que tarifa era aquela, que ele nem sabia que existia. O que é que inclui mesmo o tal pacote de serviços, que o gerente disse ser a melhor opção. Pior é que nem sempre há tempo para procurar saber pelo que se paga. E assim os pequenos débitos vão se acumulando. Podem parecer pouco, a curto prazo. Mas imagine sua soma dentro de um ano. Ou seu efeito em um prazo mais longo, para quem se esforça para poupar e investir.


 


 


Com as novas medidas, o consumidor contará com uma maior proteção, a partir de abril de 2008. Uma conseqüência do Grupo de Trabalho sobre o tema, que integramos na Comissão de Defesa do Consumidor, da Câmara dos Deputados. As tarifas serão congeladas por seis meses e terão seus nomes padronizados, facilitando a comparação entre bancos. A Taxa de Liquidação Antecipada de financiamento será proibida.


 


 


 


O mais importante, porém, é que cada consumidor esteja, desde já, atento ao problema. Procure saber quanto de tarifas está pagando. Questione seu gerente. Fique alerta a qualquer tentativa de aumento. Só assim os bancos respeitarão mais os clientes – aqueles que, no final, pagam a conta. De preferência, com menores tarifas.


 


 


 


Chico Lopes é deputado federal pelo PCdoB