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Dilma Rousseff diz que FHC ''destruiu o planejamento no país”

Potencial candidata à sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, abandonou nesta terça (18) a postura eminentemente técnica para bater duro no governo de Fernando Henrique Cardoso. “O governo anterior

Ela explicou aos deputados que não é possível licitar a construção de uma usina hidrelétrica sem que o potencial de geração de energia dos rios tenha sido antes inventariado. “Recebemos 3.000 megawatts para licitar, vamos deixar 30.000”, disse, agregando: “Planejar é ter compromisso com o sucessor.”


 


O planejamento no setor elétrico foi retomado, segundo a ministra, com a criação, no primeiro mandato de Lula, da Empresa de Pesquisa Energética. Os investimentos em infra-estrutura demoraram a decolar, segundo a ministra, porque a equipe do governo Lula precisou antes reorganizar as finanças do país.


 


“Recebemos o País quebrado, ou não? Tínhamos fragilidade fiscal, monetária e externa.” Dilma comentou que “não foi trivial” reequilibrar as contas públicas, controlar a inflação e retomar a capacidade de crescer.


 


No debate, Dilma comentou, que a construção do gasoduto Brasil-Bolívia foi uma decisão acertada do governo FHC. O deputado Paulo Renato Souza (PSDB-SP) aproveitou a deixa para registrar que a ministra, afinal, admitia que algo de bom no campo energético havia sido feito pelo governo anterior. Ela respondeu, então, que considerava legados importantes o Plano Real e a Lei de Responsabilidade Fiscal, mas insistiu na ausência de planejamento em energia.


 


Críticas ao PSDB


 


Ela também criticou o fato de o PSDB haver derrubado a prorrogação da Contribuição Provisória sobre a Movimentação Financeira (CPMF), embora a medida fosse de interesse de setores do partido.


 


“Eu escrevi artigos contra e votei contra a CPMF, mas não me considero oposição irresponsável”, defendeu-se o deputado. “O senhor tem direito a ter sua opinião, mas não acho oposição responsável abrir mão de R$ 40 bilhões”, rebateu Dilma.


 


Apesar de haver atacado o ex-presidente Fernando Henrique, afirmando ainda que o apagão de 2001 foi “uma barbeiragem”, Dilma pregou uma aproximação entre governo e oposição em questões que possam ser de interesse comum – como poderia ter sido o caso da CPMF.


 


“Desse processo, saímos com maior maturidade institucional”, comentou. “Segmentos da oposição tiveram a sensibilidade para esse fato e queriam a aprovação (da prorrogação da CPMF).” Entre integrantes do governo, FHC é apontado como um dos principais responsáveis pelo fracasso da aproximação entre o governo e o PSDB.


 


Petrobras


 


A ministra também citou que a Petrobras pode ampliar a produção dos poços já existentes e apoiar a criação de novos pontos de extração de gás. Sem definir prazos, Dilma Rousseff disse que os novos investimentos da estatal irão demorar a ter impacto na oferta ao consumidor.
 


Ela estimou, por exemplo, que em 2012 a oferta de gás natural alcance 134 milhões de metros cúbicos. Nessa estimativa, o governo manteve a mesma projeção de oferta do gás boliviano (30 milhões de metros cúbicos). O restante do volume ofertado no país viria da produção nacional (73 milhões de metros cúbicos) e GNL (31 milhões de metros cúbicos).


 


A ministra também citou que a Petrobras tem em seus planos a construção de uma terceira unidade produtora de GNL (gás natural liquefeito). Dilma, porém, não deu detalhes sobre a capacidade de produção e localização da planta. Esses detalhes, segundo ela, serão anunciados brevemente pela Petrobras.