Justiça concede residência provisória aos músicos cubanos
O Ministério da Justiça enviou, na terça (18), para a Superintendência da Polícia Federal de Pernambuco a autorização de residência provisória que permitirá aos três músicos cubanos a permanecer legalmente no Brasil. Miguel Angel Nuñez Costafreda, 40 anos
Publicado 19/12/2007 19:41
De acordo com o advogado dos cubanos, José Antônio Ferreira, os músicos já receberam algumas propostas de trabalho, mas nada que tenha sido formalizado oficialmente.
A autorização foi emitida pelo Conselho Nacional de Refugiados (Conare) e tem validade até que o órgão faça uma avaliação definitiva da situação dos estrangeiros.
Até fevereiro de 2008, quando o Conare deverá julgar o caso dos músicos, será enviado ao Recife um representante do conselho para entrevistar os cubanos. Dependendo das informações repassadas, poderá ser necessário colher dados sobre a vida dos três em Cuba.
“Esses cubanos estão sendo tratados iguais aos outros. Eu digo agora o que disse antes: quem quiser fica. Quem não quiser, sai”, disse o ministro Tarso Genro, depois de participar de uma solenidade de assinatura de convênios de adesão de prefeituras municipais ao Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci), em Brasília.
Seduzidos pelo Brasil
Caso a solicitação seja atendida, os músicos têm direito a requerer naturalidade brasileira. Mas isso só ocorrerá em seis anos, se não houver problemas envolvendo os estrangeiros.
Desde que deixaram o Hotel Pousada São Francisco, em Olinda, na terça-feira da semana passada, os três mudaram de casa sete vezes. Eles não apareceram para o vôo de volta, marcado para o dia seguinte ao desaparecimento, e no qual embarcaram outros três integrantes da banda Los Galenes, da qual os músicos faziam parte.
Em entrevista à imprensa, Juán Díaz disse que o grupo já viajou por outros países da Europa e da América, mas achou que no Brasil eles teriam maior aceitação.
“Quando chegamos ao Recife, houve uma comunicação grande com o público, sentimos muito carinho”, afirmou Miguel Costafreda. Ele disse que após a decisão de não voltar para Cuba, eles passaram dias tensos. “O maior temor era o de sermos deportados”, contou. O visto no Brasil dos três músicos expirou na última sexta-feira.