Nova Bahiafarma deverá ser inaugurada em agosto

O estado da Bahia poderá retomar a produção pública de medicamentos já no mês de agosto deste ano. O anúncio foi feito pelo secretário da Saúde, Jorge Solla, na abertura do Seminário ''A Nova Bahiafarma: Desafios e Perspectivas'', nesta terça-feira (19/2)

''Com a desativação da Bahiafarma, em 1999, nossa capacidade técnica nessa área – produção de medicamentos – foi, em parte, perdida. Muitos participantes do projeto foram contribuir com sua expertise em outras áreas. Agora, tivemos que começar do zero, mas avançamos tanto no projeto que eu já pedi agenda ao ministro José Gomes Temporão para agosto. Inicialmente, como temos um prazo mais curto, podemos começar com uma produção mais modesta, mas que vai ser o ponto de partida. E que a Nova Bahiafarma seja um instrumento do SUS, a serviço das secretarias municipais de Saúde'', anunciou Jorge Solla.


 


Questões de cronograma, capacitação de recursos humanos e aspectos jurídicos já estão sendo vistas, segundo o secretário. Uma dessas questões diz respeito à gestão da Bahiafarma, que deverá ser no modelo da Fundação Estatal. ''Não queremos que a Nova Bahiafarma seja nova só no nome, mas na sua modalidade de gestão. Queremos trazê-la para os novos tempos da gestão pública, e a Fundação Estatal é um instrumento de gestão pública para as políticas sociais. Com uma nova modalidade de gestão, a Nova Bahiafarma pode contribuir para avançarmos nesse novo braço para a política de saúde do estado'', afirmou.


 


Esforços conjuntos


 


A coordenadora do seminário e do Grupo de Trabalho para Implementação da Nova Bahiafarma, Gisélia Souza, superintendente de Assistência Farmacêutica, Ciência e Tecnologias em Saúde (SAFTEC), observou que a reconstrução da Bahiafarma foi colocada como prioridade pelo governador Jacques Wagner e prontamente colocada na agenda de trabalho da Sesab pelo secretário Jorge Solla. Parcerias foram costuradas com as secretarias de Ciência e Tecnologia e Indústria e Comércio, prefeitura e secretaria de Saúde de Vitória da Conquista, UFBA (campus de Conquista e de Salvador), Universidade Estadual de Feira de Santana. E, fundamentalmente, com a indústria farmacêutica do Ministério da Saúde – Farmanguinhos, da Fundação Oswaldo Cruz.


 


Para Santana, com a nova Bahiafarma a população terá acesso a medicamentos essenciais, além da produção de conhecimento e do desenvolvimento tecnológico no Estado. Paulo César Bastos, superintendente de Desenvolvimento Científico e Tecnológico da Secretaria de Ciência e Tecnologia, apontou o Parque Tecnovia como uma alternativa de integração para a SAFTEC, com o projeto da Nova Bahiafarma. ''Seguimos a diretriz do governo Wagner, de transformar o conhecimento técnico e a informação a serviço da sociedade''. ''A orientação do secretário Rafael Amoedo é trazer apoio para esta iniciativa, que busca o resgate da liderança da Bahia, no Nordeste, em produção de medicamentos'', complementou o superintendente de Comércio e Serviços da Secretaria da Indústria, Comércio e Mineração, Antonio Celso Alves Pereira Filho.



 


''Um projeto como esse precisa de muitas mãos. O abandono desse projeto por parte do governo responde por uma lacuna que a indústria tem na área de saúde: enquanto as outras crescem, nós temos dependência de insumos. O desafio é que a Bahia retome a produção de medicamentos e se insira no esforço nacional dos laboratórios oficiais'', disse o secretário. Jamaira Moreira Giora, coordenadora da Assistência Farmacêutica do Instituto de Tecnologia em Fármacos – Farmanguinhos/Fiocruz, concorda: ''Temos espaços de dependência, como hormônios e contraceptivos, e os laboratórios oficiais têm espaço para avançar no sentido de garantir essa assistência farmacêutica'', afirmou.


 


Filas Zeradas


 


Em 2007, aponta o secretário Jorge Solla, a assistência farmacêutica, na Bahia, deu um salto de qualidade com relação ao ano de 2006. Naquele ano, o governo estadual investiu, em recursos próprios, somente R$ 4.418,00. Em 2007, esse investimento passou para 13.287.640,00, somente em medicamentos básicos. Para 2008, a previsão é de R$ 21 milhões.


 


Em medicamentos de dispensação excepcional (alto custo), com ressarcimento financeiro do Ministério da Saúde, a Bahia pulou do 10º lugar que ocupava, entre os estados do Norte e Nordeste, para o 2º lugar, perdendo apenas para o Ceará. ''Zeramos as filas de hepatite, artrite reumatóide e esclerose múltipla'', informou o diretor de Assistência Farmacêutica da Sesab, Lindemberg Costa.


 


Da redação local,


 


Fonte: Sesab