Redução da jornada de trabalho é uma luta da CTB

O recém – eleito presidente  da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil(CTB), seção Bahia, Adilson Araújo, diz que os trabalhadores tem interesse numa agenda propositiva e destaca entre outras lutas da nova central a redução da jornada de

Vermelho – A CTB começa na Bahia com quantos sindicatos filiados?


 


Adilson Araújo – A nossa expectativa é de que tenhamos, inicialmente, aqui na Bahia, em torno de 300 sindicatos e até o final do ano chegar a 400 sindicatos filiados. A estimativa é que a CUT após a saída da Corrente Sindical Classista (CSC) possua em torno de 250 sindicatos filiados. Evidentemente que esses números colocam a Central dos Trabalhadores e das Trabalhadoras do Brasil (CTB) na Bahia como a principal central sindical atuando em nosso estado, tanto em número de sindicatos filiados como de categorias. 


 


V – Quais as categorias que integram a nova central?


 


AA – A CTB da Bahia é uma central plural. Temos uma participação significativa dos trabalhadores da área rural e sindicatos muito representativos de trabalhadores urbanos. Estão filiados à CTB: o Sindicato dos Bancários; o Sindicato dos Médicos; Sindicato dos Metalúrgicos, a Fetag/BA ; o Sindicato dos Professores (APLB-Sindicato) e outros da área de Educação; o Sindicato da Construção Civil; o Sindicato dos Comerciários; o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Cerveja e Bebidas. Entre os trabalhadores  urbanos, ainda estão com a CUT o Sindicato dos Petroquímicos e o de Rodoviários.


 


V – Como será a participação feminina na direção da CTB?


 


AA – Sobretudo nesse momento importante, onde as mulheres crescem a sua participação no mercado de trabalho, a nossa compreensão é de que seja garantido, nas instâncias de direção, o mínimo de 30% para as mulheres. É verdade que 30% não é o limite. A nossa expectativa é ampliar cada vez mais a participação feminina, garantido-lhes maior espaço nas esferas de decisão.


 


V – Quais as principais lutas que a CTB pretende desenvolver?


 


AA – Os trabalhadores e trabalhadoras tem interesse numa agenda propositiva. Uma das lutas importantes é a da redução da jornada de trabalho, sem redução de salário. Essa luta pode unificar vários movimentos sociais. Recentemente numa atitude até surpreendente, o presidente Lula anunciou que enviará ao Congresso Nacional o pedido de ratificação imediata das Convenções 151 e 158 da Organização Internacional do Trabalho (OIT). A primeira institui a negociação coletiva no setor público e a segunda proíbe as demissões imotivadas na iniciativa privada. Caso sejam aprovadas, estas duas medidas representarão enorme avanço nas relações trabalhistas no país.



É necessário ter uma central atuante, que ganhe as ruas e possibilite, de certa forma, uma elevação no protagonismo da classe trabalhadora, buscando uma motivação, não só para garantir os seus diretos atuais, mas que trabalhe na perspectiva de ter esses direitos ampliados.