Protestos em Audiência Pública contra a demolição de terreiro de candomblé
Entidades ligadas aos movimentos negros de reparação social e representantes das religiões de origem africana pediram nesta quarta-feira (19/3), na capital baiana, a exoneração da secretária de Planejamento de Salvador, Kátia Carmelo. O pedido foi realiza
Publicado 19/03/2008 19:02 | Editado 04/03/2020 16:21
De acordo com a vereadora Olívia Santana (PCdoB), presidente da Comissão de Educação, Esporte, Cultura e Lazer, a audiência teve como objetivos principais discutir a ação da Prefeitura e manter o estado de mobilização das entidades envolvidas. ''O papel da Câmara é fiscalizar os atos do Executivo. Entendi o ocorrido como um ato de violência contra uma das principais tradições do nosso povo. Também queremos pressionar a Prefeitura para que encaminhe o projeto de lei para regularizar a situação do terreiro'', afirmou.
A audiência pública aconteceu um dia depois de o Ministério Público (MP/BA) denunciar Kátia Carmelo, ex-superintendente de Controle e Ordenamento do Uso do Solo do Município (Sucom), e outros três integrantes da superintendência pela prática de discriminação e preconceito religioso. O presidente da Associação Brasileira de Preservação da Cultura Afro Ameríndia (AFA), Leonel Monteiro avaliou a ação do MP como positiva e ressaltou a indignação da entidade com a permanência de Kátia Carmelo na administração de Salvador. Também a representante da União dos Negros pela Igualdade (Unegro) e do Fórum Nacional de Mulheres Negras, Ubiraci Matildes, elogiou a atuação do MP. ''O órgão está de parabéns por ter conseguido julgar e qualificar Kátia Carmelo neste crime que ela cometeu. Achamos a manutenção dela no cargo um absurdo, porque o templo foi destruído sem que houvesse qualquer negociação para evitar esse tipo de violência'', disse.
Da redação local.
Fonte : jornal A Tarde.