Hélio Costa discute sucessão de BH com PMDB

À frente das articulações para a formação de uma frente contra a união entre PT e PSDB para as eleições deste ano em Belo Horizonte, o ministro Hélio costa vai reunir as bancadas estadual e federal do PMDB na

«Isso não é verdade. O presidente já disse para mim que os responsáveis pela condução dessas alianças são os que a propõem. Ainda ontem, (quinta-feira) conversei com Lula e não tirei dele a confirmação de que teria dado apoio (à aliança). O José Alencar (vice-presidente da República) também já me disse que se o presidente tivesse tomado essa decisão teria lhe comunicado. Então, são ações isoladas», afirmou Hélio Costa, que passa o feriado da Semana Santa em Barbacena, sua base eleitoral, referindo-se aos entendimentos entre o governador e o prefeito.


 


Ele admitiu que Pimentel já teve os peemedebistas como opção primeira quando o assunto era eleições 2008, mas considera que os interesses mudaram. «O que acontece é que, lamentavelmente, os projetos pessoais ficaram mais importantes do que os projetos coletivos», disparou o ministro, irritado com o fato de ter sido excluído das conversas sobre aliança.


 


Disposto a mudar o o cenário, Hélio Costa reuniu-se na última quarta-feira com José Alencar (PRB), quando ambos tomaram a decisão de deflagrar uma reação à proposta do governador e do prefeito. Pelas negociações em curso, a aliança tucano-petista deve ser personificada pelo atual secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Márcio Lacerda, do PSB.


 


Ao tomar conhecimento da movimentação contrária, Aécio Neves desdenhou o contra-ataque. «Todos esses atores de alguma forma terão seu espaço e serão convidados a participar dela (da aliança), mas aqueles que acharem que o caminho é outro terão nosso absoluto respeito». Além disso, sustentou que a possível dobradinha seria fruto de uma «demanda popular». Pimentel foi na mesma linha, sustentando que a proposta tem «uma adesão muito grande da população da cidade, dos partidos e das lideranças políticas que têm expressão e militância em Belo Horizonte».


 


Hélio Costa ironizou as afirmações de ambos e disse que o PMDB vai fazer uma pesquisa de campo para saber o verdadeiro grau de adesão dos belo-horizontinos à proposta. A proposta da pesquisa será um dos temas do encontro do ministro com os parlamentares peemedebistas na segunda-feira. «Não adianta dizer que a proposta tem apoio de 80% da população. Não conheço esse estudo. Vamos sair de bairro em bairro para ouvir o que a população realmente acha disso».


 


Hélio Costa se revela satisfeito com as costuras já mantidas em torno da reação à união entre petistas e tucanos. Ele já conversou sobre o assunto também com o deputado federal Ciro Gomes, que assumiu papel de intermediador da crise. «O que a gente quer é que o PMDB seja visto como aliado da base de apoio do Governo Lula. Sem o PMDB na Câmara e no Senado, haveria desestabilidade. Por isso, queremos ser participantes», reiterou.


 


Apesar da ferida aberta, na avaliação do ministro ainda há clima para que PT e PMDB caminhem juntos nas eleições 2008. «Desde que as decisões sejam tomadas democraticamente e não por imposição de suas lideranças, sejam do PT ou do PMDB»


 


Fonte: Iracema Barreto, do jornal Hoje em Dia (22/03/2008)