Vásquez pede a Bush papéis sobre desaparecidos na ditadura
O presidente uruguaio, Tabaré Vázquez, solicitou ao chefe de Estado norte-americano, George W. Bush, o esclarecimento de toda documentação existente nos Estados Unidos a respeito do desaparecimento de prisioneiros políticos durante a ditadura militar urug
Publicado 08/04/2008 10:32
O pedido foi realizado por meio de uma carta entregue pelo chanceler do Uruguai, Gonzalo Fernández, ao embaixador dos EUA em Montevidéu, Frank Bazter, segundo informou Fernández ao jornal uruguaio La Republica.
Entre os casos que o governo quer apurar está o assassinato de Cecília Fonta, esposa do dirigente do Partido Nacional (Blanco), de centro-direita, Mario Heber, e mãe do atual senador Luis Heber, que morreu envenenada, em 1978, após beber uma taça de vinho procedente de um lote de garrafas de origem incerta.
Essas garrafas também foram entregues ao então dirigente blanco Luis Alberto Lacalle, que foi presidente da República depois do período ditatorial, entre 1990 e 1995, e ao ex-senador do mesmo partido, Carlos Julio Peyera, mas ambos não chegaram a bebê-las.
Javier Bove, um dos advogados encarregados da causa, já havia solicitado documentos sobre o caso à Agência Central de Inteligência norte-americana (CIA), mas só recebeu informação parcial e irrelevante.
O caso também está vinculado à morte do presidente brasileiro João Goulart (Jango), em 1976 na Argentina, onde vivia exilado após ter sido deposto pelo golpe militar de 1964, de acordo com revelações do agente secreto uruguaio preso em Porto Alegre, Mario Barreiro. O agente assegurou que o médico uruguaio Carlos Milles teria sido o responsável pela preparação do veneno nestes episódios.
O pedido do presidente Vázquez, no entanto, não mencionou o assassinato do ex-presidente da câmara dos deputados do Uruguai, Zelmar Michelini do Partido Blanco e do ex-senador da Frente Ampla Hector Gutiérrez Ruiz, nem dos militantes do Movimento de Libertação Nacional uruguaio (Tupamaros) Rosario Barredo e William Whitelow. Os corpos dos quatro uruguaios foram encontrados baleados dentro de um carro em Buenos Aires, onde viviam exilados, em maio de 1976.
Fonte: Ansa Latina