Educadores marcham por qualidade de ensino
Mil e duzentos professores e funcionários das escolas públicas gaúchas marcharam nesta quarta-feira (09) em Porto Alegre por melhorias salariais e mais investimento na educação. Os manifestantes saíram em caminhada da sede do Cpers Sindicato, na avenid
Publicado 09/04/2008 22:33 | Editado 04/03/2020 17:11
No entanto, um fato inusitado marcou a manifestação: o carro-de-som locado pelo Cpers foi guinchado no final do ato a mando da Brigada Militar. O diretor do sindicato, Ênio Mânica, relata que é primeira vez que isso acontece em um protesto da categoria. Ele afirma que o guinchamento foi com o propósito de intimidar os professores. De acordo com Ênio, durante todo o percurso da caminhada os policiais tentaram atrapalhar o protesto dos educadores.
“É intimidação, porque o cara da Brigada Militar disse aqui que mandaram descobrir alguma coisa para multar e para guinchar. E como o pneu da frente não é novinho em folha, eles alegam que o pneu está careca. É um absurdo. Eles inventaram uma coisa para guinchar o caminhão e assim intimidar quem aluga pra gente, tentando nos impedir de fazer ato público”, avalia.
A Brigada Militar afirmou que o carro-de-som, além de estar com os pneus carecas, cometeu outros dois delitos: estacionou em cima de uma faixa de segurança em frente ao Palácio Piratini e estava com o volume do som acima do permitido.
A mobilização desta quarta-feira foi definida pelos professores na última assembléia geral, que ocorreu em 28 de Março. Na ocasião, os educadores decidiram por não realizar greve e acataram o prazo pedido pelo governo estadual para apresentar uma contraproposta à categoria. Os professores e os funcionários de escola reivindicam a criação de uma política salarial, cumprimento do plano de carreira, manutenção do IPE e investimento de 35% por cento do orçamento do Estado nas escolas, entre outros.
“O governo do Estado tem a nossa pauta de reivindicações desde Agosto do ano passado e até agora não negociou. Somente marcou uma reunião para o próximo dia 15. No sentido de mostrar as reivindicações para a sociedade, o ato foi muito bom”, diz.
Na assembléia, os educadores também aprovaram um calendário de mobilizações, que será estendido para o interior a partir desta sexta-feira (11). A regional do Cpers de Cruz Alta, no Noroeste gaúcho, realiza um dia de paralisação nas escolas públicas para debater com os pais e a comunidade em geral as reivindicações. Em cada semana, de quatro a cinco regionais irão paralisar as atividades escolares.
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