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Brasil faz ato de solidariedade ao paraguaio Fernando Lugo

Em defesa do avanço progressista na América latina e da normalidade nas eleições presidenciais do Paraguai, que acontecem dia 20 de abril, os movimentos sociais brasileiros farão um ato de solidariedade ao candidato a presidente da esquerda no país, Ferna

A campanha de Lugo foi vítima de um atentado no último dia 8. Alfredo Avalos, dirigente do movimento de esquerda Tekojoja, que apóia Lugo, foi gravemente ferido ao receber tiros na noite da última terça (8) em frente à sua casa. Sua esposa, a brasileira Silvana Rodrigues de Avalos, levou três tiros – um na cabeça, um no tórax e em um no braço – e morreu na hora.


 


O atentado aconteceu em Curuguaty, 300 quilômetros ao noroeste de Assunção, uma cidade identificada pela polícia e por agentes anti-drogas como uma zona de produção e tráfico de maconha. Segundo testemunhas, a mulher de Avalos estava em frente ao domicílio do casal quando foi atacada por dois homens que abriram fogo sem qualquer advertência.


 


A oposição, liderada pelo ex-bispo Fernando Lugo, que está na frente nas pesquisas das eleições presidenciais, não descartou a possibilidade de motivações políticas, como afirmou o presidente do Tekojoja, Aníbal Carrillo.


 


Segundo ele, Avalos e sua esposa “foram vítimas da máfia”. O partido divulgou nota informando que o assassinato “se inscreve na campanha de medo que realizam os que temem perder o poder”. A polícia também investiga que o crime possa ter motivações políticas.


 


Fernando Lugo lidera a corrida eleitoral no Paraguai e sinaliza uma ameaça ao domínio do Partido Colorado, que governa o Paraguai desde 1946 e que chegou ao poder depois de um golpe de Estado do general Alfredo Stroessner. Pelo sistema eleitoral paraguaio, as eleições serão decididas em apenas um turno – estará eleito o candidato que obtiver a maior quantidade dos votos.


 


Calma e Serenidade


 


O presidente do Congresso, Miguel Saguier, expressou sua preocupação em relação ao aumento da violência dias antes dos comícios pré-eleitorais. Saguier é senador do Partido Liberal, que faz parte da coalizão opositora liderada por Lugo. “Peço aos cidadãos que mantenham a calma e a serenidade”, disse.


 


O deputado oficialista Julio Colmán, acusado pelos opositores de proteger o narcotráfico na região, rechaçou a versão de que o crime possa ter fundo político e o qualificou como “um ataque ao melhor estilo da máfia”. “Estamos em uma zona onde se cultivam 5 mil hectares de maconha por ano e onde já ocorreram 14 assassinatos em seis meses devido ao narcotráfico”, argumentou.


 


Outro dirigente do Tekojoja foi assassinado no começo do ano em um crime que o movimento declarou como político, mas que a polícia considerou como passional.


 


O jornal conservador “ABC Color” afirmou que o crime foi um ajuste de contas entre inimigos, e não um crime político. Segundo o jornal, Avalos mantinha uma disputa judicial com o brasileiro Aristeu Falkenbak, a quem havia acusado, como locutor de uma rádio local, de chefiar uma máfia do narcotráfico.


 


O jornal comenta ainda que Fernando Lugo “se mostrou cauteloso de qualificar o crime de político”. Além dele, concorrem na eleição do próximo dia 20 Blanca Ovelar (governista), a primeira mulher a concorrer à Presidência, e o ex-general Lino Oviedo, da coalizão de centro-direita Unace. (com agências internacionais)


 


Leia abaixo a íntegra da convocatória do ato brasileiro.


 



Ato de Solidaridade com a campanha de Fernando Lugo para Presidente do Paraguai


 


Nossa região, América Latina, vive um novo tempo, como resultado do avanço das lutas sociais e da presença de partidos de esquerda e progressistas em governos de diversos países. Este cenário inédito nos permite trabalhar uma integração regional que vise a superação da miséria e do subdesenvolvimento de nossas nações.


 


É nesse contexto que, no próximo dia 20 de abril, acontecerão no Paraguai eleições presidenciais. Liderando as pesquisas eleitorais, está Fernando Lugo, ex-bispo católico, que encabeça a Aliança Patriótica para a Mudança (APC, em castelhano). 


 


Lugo representa forças sociais e políticas que pretendem superar o modelo até hoje dominante no país, a superação de um regime cada vez mais injusto, ligado a todo tipo de ilícitos, uma economia de concentração de riquezas.


 


Padre por 29 anos, fervoroso partidário da Teologia da Libertação, oriundo da província de San Pedro, a mais pobre do país, Fernando Lugo se tornou conhecido por defender os pobres camponeses sem-terra, em um país onde a distribuição da terra é uma das mais desiguais da América Latina: 80% do campo está concentrado nas mãos de 20% da população.


 


Lugo está na frente das pesquisas (34,5 % contra 25% da segunda colocada). Hoje, a maior ameaça contra a vitória de Lugo é a fraude, movida por aqueles que há 60 anos controlam o poder no Paraguai.


 


Por isso, nós, cidadãos e cidadãs, movimentos sociais e partidos políticos brasileiros, que apoiamos a mudança no Paraguai e que  compreendemos que Fernando Lugo representa as forças progressistas, populares e democráticas naquele país, exigimos que a votação e a apuração das eleições de 20 de abril ocorram em um ambiente de normalidade e respeito à vontade do povo paraguaio.


 


Venha manifestar sua solidariedade à luta do povo paraguaio!


 


Data: 13 de abril de 2008
Horário: 12 ás 13 horas
Local: Praça Kantuta (próximo a estação de metrô Armênia – linha azul)
Altura do nº 625 da Rua Pedro Vicente, bairro do Pari, São Paulo (SP). De transporte público desça na estação Armênia, saída para a rua Pedro Vicente. A praça da Kantuta está a 700 metros. De carro, vá pela Avenida Cruzeiro do Sul, sentido bairro, e vire à direita na rua Pedro Vicente.