Cine Ceará abre sua 18ª edição

A fila vai se formando na frente do Centro Cultural SESC Luiz Severiano Ribeiro enquanto o Grupo Popular Brincantes do Cordão do Caroá se apresenta e chama o público para apreciar o melhor do cinema ibero-americano. O batuque da cultura popular é o anúncio do início do 18º Cine Ceará, promoção da Universidade Federal do Ceará (UFC), com apoio institucional da TV Verdes Mares. O público vai se amontoando no saguão do Cine São Luiz, as luzes se apagam e é dada a largada para um dos maios importantes festivais de audiovisual do Brasil.

“As expectativas em relação a essa edição são grandes”, afirmou Wolney Oliveira, diretor do evento. “Temos grandes convidados e estrelas e uma programação recheada de filmes, palestras e seminários”.

O grande homenageado da noite foi o ator paraibano José Dumont. Completando 33 anos de carreira e com 44 filmes no currículo, entre eles “Milagre em Juazeiro” e “Abril Despedaçado”, o ator recebeu o troféu Eusélio Oliveira das mãos do cineasta argentino Fernando Birri. “São muitos anos de história. Estou muito comovido. Minha função é ser um fotograma intinerante, despertando emoções e sonhos no coração das pessoas, a melhor sala de cinema”, disse emocionado.

O destaque da noite foi a entrega do certificado de conclusão do curso de cinema de animação da Casa Amarela para dez jovens de bairros carentes que despertaram para o universo audiovisual graças a uma iniciativa da Coelce. Os jovens de bairros como Conjunto São João, Jardim Bandeirantes, Mirante Santa Terezinha, entre outros, receberam os certificados das mãos do secretário de Cultura Auto Filho, da pró-Reitora de Assuntos Estudantis da UFC, Clarice Ferreira Gomes, e do presidente da Coelce, Abel Rochinha. “Aqui está o futuro do audiovisual cearense”, decretou Auto Filho.

Após a entrega dos certificados, o público conferiu o curta-metragem de animação “Tele Visão”, realizado pelos jovens. A noite foi encerrada com a exibição especial do curta de Fernando Birri, “Elegia Friulana”, sobre a cidade do diretor, e do longa-metragem nacional “Nossa Vida não Cabe num Opala”, abrindo a competição de longas ibero-americanos pelo troféu Mucuripe.

Em relação à organização, o público reclamava do calor e da falta de programação, entregue em folhas de papel em letras miúdas. Em compensação, a segurança da Praça do Ferreira foi reforçada por viaturas da Ronda do Quarteirão. Aplausos, o Cine Ceará começou.

Fonte: Diário do Nordeste