Entrevista com Raquel Guisoni, dirigente nacional da CTB

A CTB realiza nos pŕoximos dias 18 e 19 de abril seu Encontro Estadual para fundar a seção catarinense da Central dos Trabalhadores e das Trabalhadoras do Brasil. O Vermelho realizou entrevista com Raquel Guisoni, dirigente nacional da CTB, que você

– Raquel, como estão os preparativos para o Encontro Estadual da CTB?

Estamos na reta final do encontro. Procuramos divulgar a CTB para vários sindicatos de Santa Catarina, fazendo panfletagem do nosso jornal de criação da CTB, visitas e reuniões com  lideranças e dirigentes sindicais. Contamos com participação efetiva da Fetaesc que já tem marcado presença marcante desde o processo de criação da CTB. A presença de sindicatos rurais deve ser bastante sigificativa. Em relação aos sindicatos urbanos já concretizamos a filiação a CTB de dois sindicatos de servidores municipais – Jaguaruna e Içara – e temos vários em proceso de filiação.

– Por que é importante organizar a CTB em Santa Catarina?

Porque a organização da CTB nos estados é indispensável para realizar um trabalho mais efetivo de estruturação sindical. Também ajuda a concretização do plano de lutas deliberados no congresso fundação. E estar mais próximo dos sindicatos, ou seja da base das categorias.

Em Santa Catarina há espaço sindical e político para a CTB, pois nossa central defende a necessidade da participação politica dos trabalhadores e trabalhadoras além da lutas especificas das categorias. Por isso batalhamos por um projeto de desenvolvimento nacional com valorização do trabalho, com distribuição de renda e soberania nacional. Defendemos um sindicalismo classista, democrático e de luta.

Vamos ser mais uma organização sindical que procurará trabalhar pela unidade de ação com outras centrais, sindicatos, movimentos sociais como comunitários, de mulheres, juventude, desempregados, anti racistas, de livre orientação sexual entre tantos outros. Daremos destaque à luta emancipacionista das mulheres e da juventude. Já estamos  participando da CMS ( Coordenação dos Movimentos Sociais) de SC onde procuramos nos organizar e unificar as lutas, como o 1º de Maio, a campanha pela redução da jornada de trabalho, sem redução de salários e contra o projeto do governo estadual sobre a previdencia social.

Esperamos com nossa presença organizada e nas lutas contribuir para  a manutenção e o avanço dos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras catarinenses e na defesa do desenvolvimento econimico e social de SC e do Brasil que priorize quem trabalha. Esta é nosso desafio e nossa ousadia.

– O governo Lula reconheceu recentemente as centrais sindicais. Qual a importância desse reconhecimento?

O reconhecimento das centrais sindicais representa um avanço da liberdade sindical. O papel de uma central sindical é ser um instrumento para unificar as lutas dos trabalhadores e trabalhadoras. Garante o reconhecimento de poder defender e negociar à nivel nacional  os interesses e direitos dos seus representados. Isto ajuda mais os menores sindicatos com mais dificuldade de pressão. Além de desenvolver nos trabalhadores uma posição de solidariedade de classe e uma visão mais geral dos problemas que enfrentamos no dia a dia.

– Que lutas a nova central levará em Santa Catarina e no Brasil?

Atualmente estamos na luta por coleta de assinaturas pela redução da jornada de trabalho, sem redução de salários; a defesa das convenções 151 e 158 da OIT, a concretização das reformas estruturais – reforma tributária, politica, urbana, agrária, educacional e democratização da mídia; contra o fator previdenciário; pleno emprego; melhores salários; fortalecimento da organização sindical – organização por local de trabalho, pelo estabelecimento de regras democráticas para as eleições sindicais, garantir a unicidade sindical; ampliar e universalizar os direitos trabalhistas e previdenciários, combater a terceirização e as formas de flexibilização e ou terceirização das relações entre capital e trabalho, garantir o direito irrestrito de greve, defesa dos serviços públicos e valorização dos funcionários públicos, contra toda e qualquer discriminação e opressão, seja de gênero, raça, etnia, idade ou orientação sexual; universalizar as politicas públicas como educação e saúde públicas; ampliar a democracia; unificar a luta com os movimentos sociais; mudanças na politica econômica: redução das taxas de juros, contra o arrocho salarial e o superávit primário; pela paz mundial – contra o imperialismo , solidariedade à Cuba, à revolução bolivariana da Venezuela, ao governo Evo Morales na Bolívia, aos povos da Palestina, do Iraque e todos os povos e nações que são vítimas da opressão imperialista, pela saída das tropas brasileiras do Haiti; projeto de desenvolvimento nacional com soberania e valorização do trabalho, da igualdade de genero, raça, etnia , sustentabilidade ambiental, orientado por uma perspectiva socialista.

Em especial em Santa Catarina contra o projeto do governo estadual do Instituto de Previdência, bem como a política de abonos – como o prêmio Educar, a privatização dos serviços públicos como o Hemosc e o Cecom, e pela implantação do salário mínimo estadual.


de Florianópolis, Wladimir Crippa