Opinião: impressões sobre o dia que passou

Passou o dez de abril. E não passou em branco em Goiânia, a nossa Capital do Cerrado. O governador mineiro Aécio Neves (PBDB) veio, mas Alcides, o governador goiano (PP), não foi.


Por Luiz Carlos Orro*

– Alcides Rodrigues não foi receber o mineiro, nem foi ao almoço dele com a turma do PSDB, no Piquiras.


 


– O governador Alcides também não foi na reunião do pefelê/DEM? nessa manhã alvissareira.


 


– O governador goiano estava bem ocupado: acompanhava o Ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento ao Paço Municipal.


 


– Tomaram café com o Prefeito Íris Rezende. Hum, delícia: ovos mexidos com hortelã, um novo sabor na política goiana.


 


– Depois, lançamento de obras do PAC: o tão esperado viaduto da BR-153, próximo às Faculdades UNIP e ALFA.


 


– As obras começam semana que vem. Acidentes e mortes ali são reais, tão reais quanto as obras do PAC, que a oposição direitista (PSDB e pefelê/DEM?) insiste em não enxergar.


 


– Na solenidade da obra, além destes, estavam também o deputado-presidente do PTB goiano, Jovair Arantes, que já afirmou que não apóia a colega Raquel Teixeira – PSDB – para a Prefeitura de Goiânia.


 


– Outro que lá estava era o deputado-presidente do PR goiano, Sandro Mabel. E líderes do PT, PMDB, PCdoB, PDT, PTC, etc e tal.


 


– E Mabel também já declarou: nem pintada de ouro Raquel Teixeira terá o seu apoio em outubro.


 


– O Ministro dos Transportes foi o 2º em Goiânia nesses dias. Antes veio o do Esporte, Orlando Silva, camarada do PCdoB, no ato “Goiânia, cidade-sede da COPA 2014”.


 


– Fora dessa ampla conversação e atividades administrativas que se desenvolvem nas terras goianas, há os que preferem o isolamento.


 


– Estão isolados, cada um em seu canto: a direita bipartida (PSDB pra lá, pefelê/DEM? mais pra lá ainda), e uma banda do PT, voltado para o umbigo próprio.


 


– O pefelê/DEM? se reuniu também no dia que passou. Os ponta de lança da direita emperdenida – ACM neto, Caiado, senador Agripino, estavam no tatersal da Pecuária, esfuziantes.


 


– Uma tristeza. Os assuntos tops dessa turma neoliberal foram: “derrubamos a CPMF”, “dossiês”, “CPI do cartão”. Nenhuma proposta concreta para o avanço do sofrido Brasil e seu povo, mais sofrido ainda.


 


– È, essa turma se uniu com o PSDB pra derrubar a CPMF, tomaram 20 bilhões de reais/ano  da saúde: o tiro no pé do povo se reflete nos CAIS e hospitais lotados, aumento da dengue…


 


– Dia sim, e no outro também, os neolacerdistas, moralistas de pau oco, aliados com o PIG (partido da imprensa golpista), querem derrubar Lula, no mínimo travar o seu governo.


 


– É fato: a direita – e sua política antipovo – pode produzir tragédias imensas, maiores que tomar dinheiro da saúde. Que ninguém se olvide de 64.


 


– Alheia a tudo isso, uma banda do PT goiano (50% menos 0,5%), insiste em “quero por que quero ficar fora do jogo”.


 


– E o jogo jogado é a eleição de 2008 como ante-sala de 2010.


 


– E é como na lavoura: só se colhe o que se planta.


 


– Se a miopia desses insiste em vislumbrar cenários de 2008 em que o PT só pode receber apoio, e nunca dá-lo, como reuniremos forças para eleger o sucessor de Lula em 2010? 


 


– A frente goiana de centroesquerda defendida pelo PCdoB e outros partidos não é uma mera formulação, é uma necessidade política atual.


 


– E está sendo criada, na prática. Se vingar pode resultar na eleição de Íris em Goiânia, Rubens Otoni em Anápolis, Maguito em Aparecida, vitórias ainda em Rio Verde, Jataí, Catalão.


 


– Só essas cidades representam mais de 50% do eleitorado do Estado.


 


– Outras vitórias são possíveis, com alianças “nunca antes imaginadas”, como disse o governador Alcides, que vai se firmando na base política do Governo Lula.


 


– BINGO! Começaremos o redesenho do mapa político de Goiás, com uma nova configuração de forças no comando, com a desidratação da direita (PSDB e pefelê/DEM?).


 


– O 10 de abril rendeu. Aché.


 


*presidente estadual do PCdoB, registra sua percepção sobre o quadro político goiano