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Uma em cada quatro latino-americanas já sofreu aborto

Uma de cada quatro ou cinco mulheres latino-americanas ''teve ou terá um aborto em sua vida'', disse Rebecca Gomperts, médica holandesa promotora do ''Mulheres sobre as ondas'', organização que tem uma clínica ambulatória em um barco que navega pelas água

Rebecca assiste em Montevidéu ao 4º Congresso Latino-americano sobre Saúde e Direitos Sexuais Reprodutivos que termina neste sábado. Sua visita coincide também com um debate parlamentar em andamento no país pela descriminalização do aborto.


 


''Ouvi histórias de todo o tipo, algumas muito negativas nas quais fui tocada emocionalmente'', disse à ANSA Rebecca, que teve a idéia do barco após constatar o número de mortes de mulheres no México – onde realizava trabalhos voluntários – por abortos ilegais.


 


O barco ''é um símbolo que busca adquirir visibilidade'', disse Rebecca que explicou que a ONG conta com outra ''ferramenta'' – o site www.womenonwaves.org – da qual ''ajudamos cerca de 4 mil mulheres por ano'', respondendo a perguntas e dúvidas sobre a problemática.


 


A tripulação do barco inclui uma equipe médica que assiste às comunidades com palestras e distribuição de Misoprostol, droga para tratamentos de ulcera, mas que pode ser ingerida antes da novena semana de gestação para interromper a gravidez.


 


''Para mim é normal que as mulheres possam decidir'', disse a voluntária, nascida na Holanda, onde o aborto é permitido desde 1983.


 


Segundo a propulsora, a ONG pretende prevenir os abortos inseguros e orientar as mulheres para que exerçam seus direitos à autonomia física e mental a partir da combinação dos serviços de atenção de saúde grátis e educação sexual.


 


O 4º Congresso Latino-americano sobre Saúde e Direitos Sexuais reúne representantes do Brasil, Tunis, Argentina, Canadá, Chile, Colômbia, Peru, Equador, Espanha, República Dominicana, Estados Unidos, Holanda, Itália, México, Paraguai e Uruguai.