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Indústria naval exige atenção do Congresso, diz Valentim

O Brasil possui 42 mil quilômetros de rios navegáveis  oito mil quilômetros de costa e 65% da população morando a 100 Km do litoral, com 95% do comércio feito por transporte marítimo, fazendo girar volume de recursos de cerca de 70 bilhões de dóla

Ministros, empresários, parlamentares e trabalhadores que se reuniram na solenidade de lançamento da Frente, confirmaram as palavras do coordenador da Frente. O país, que já foi o segundo maior construtor de navios do mundo, quer agilizar a construção de novos navios, modernizar a frota da Marinha brasileira e reduzir a carga tributária do setor. Esses são os desafios, citados por Valentim, que a Frente Parlamentar se propõe superar.



Para o presidente da Transpetro, Sérgio Machado, concordou com o parlamentar de que é importante aproveitar o momento atual de crescimento econômico do país para desenvolver ações que fortaleçam a indústria marítima, criticando a opção do Brasil pela matriz de transporte rodoviário, que é mais caro.



“Essa Frente vem na hora certa para indústria naval”, afirmou, destacando que “o Brasil, que tem nos mares o grande canal de comunicação com o mundo, não tem alternativa – tem que ter navio. Da necessidade de ter navio tem que optar em ter próprio ou de terceiros e arcar com as conseqüências”.



Para o dirigente da Transpetro, a escolha entre ter ou não ter frota própria significa visão estratégica, soberania e autonomia, que permite ampliar o mercado. Ele lembrou que não é por acaso que os países que detém 50% do comércio, tem 72% da frota.



O comandante da Marinha, Almirante Moura Neto, participou do evento representando o Ministro da Defesa, Nelson Jobim. Ele, a exemplo dos demais oradores, destacou a importância da frente parlamentar. “A Frente vem no momento certo para que possamos enfrentar nossos gargalos, que são muitos.



Ele disse ainda que “temos que aproveitar o bom acolhimento dessa idéias pelo Governo Federal e pela Câmara dos Deputados e transformar nossas boas idéias em ações concretas, para que possamos diminuir nossa dependência externa e construir uma frota genuinamente nacional”.



Interesse nacional



O presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), cumprimentou o deputado Edmilson Valentim pela iniciativa de formar a frente parlamentar, destacando que a frente parlamentar traz experiência dos parlamentares e da sociedade e aproxima a Câmara dos interesses nacionais. Segundo ele, ao contrário do Parlamento, em que se busca fortalecer partidos e ideologias, a frente parlamentar nega diferenças políticas, partidárias, ideológicas e trabalha por pautas.



“Esse é o exercício que o parlamento deve praticar para que possamos dar dimensão daquilo que é ou não interesse do país”, afirmou, destacando que “na Frente, trabalhamos unidos e isso nos ensina que quando a causa é justa a gente se une”.



Do ponto de vista de direito nacional, Chinaglia disse que a ampliação da frota marítima brasileira, que já a segunda maior do mundo, “atende solução de transporte, de logística do país, gera emprego, fortalece economia e, pela extensão das águas brasileiras, representa até questão de segurança nacional”.



Estimulado pela palavras de apoio, Edmilson Valentim chamou a todos para se somar à Frente, como a indústria de pesca, de marítima náutica, e enxergar o setor pela importância econômica que possui. Ele lembrou a existência do Fundo de Marinha Mercante, criado há 50 anos, que pode representar grande instrumento para ao desenvolvimento do setor. E propôs como primeira ação da frente parlamentar a realização de um seminário para discutir o uso efetivo do Fundo na retomada da indústria marítima.



De Brasília
Márcia Xavier