Alba anuncia criação de fundo contra a crise de alimentos
Os presidentes da Venezuela, da Bolívia, de Cuba e da Nicarágua anunciaram nesta quinta-feira (24) a criação de um fundo de US$ 100 milhões (cerca de R$ 165 milhões) para combater o impacto da alta mundial nos preços dos alimentos sobre a população pobre
Publicado 24/04/2008 11:35
O fundo ajudaria a aumentar a produção de lavouras como as de arroz, feijão e trigo. Os representantes desses países também concordaram em criar programas conjuntos para promover o desenvolvimento da agricultura.
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, disse aos outros líderes presentes – os presidentes da Bolívia, Evo Morales, e da Nicarágua, Daniel Ortega, além do vice-presidente de Cuba, Carlos Lage – “que é preciso criar uma rede de distribuição”.
“Para não cairmos nas mãos de intermediários e especuladores, que impedem milhões de pessoas de receber comida”, disse o anfitrião.
Crise
A alta nos preços dos alimentos vem provocando uma crise de proporções cada vez maiores. Em diversos países, como Haiti, Indonésia, Camarões e Egito, os aumentos provocaram revoltas populares recentemente.
Segundo os participantes do encontro em Caracas, um dos motivos da alta dos preços seria o aumento na produção de biocombustíveis, incentivado especialmente pelos Estados Unidos.
Chávez afirmou que a crise alimentar é a maior demonstração do fracasso histórico do modelo do capitalismo. O presidente da Nicarágua, por sua vez, lembrou que no ano passado o preço do arroz aumentou 70%, e o do trigo, 130%. Segundo Ortega, o impacto social desses aumentos já é sentido ao redor do mundo. “Esta questão é realmente crucial para o futuro dos nossos povos, principalmente para as populações dos países mais pobres”, disse.
África
Na África, ministros de Finanças anunciaram a criação de um fundo semelhante à iniciativa latino-americana, no valor de US$ 500 milhões. Metade desse valor seria usado para reduzir o impacto da alta dos preços dos alimentos, e o restante para aumentar a produção agrícola local.
Na terça-feira, a Organização das Nações Unidas (ONU) chamou a atual crise dos alimentos de um tsunami silencioso que ameaça arrastar 100 milhões de pessoas no mundo para a fome.
Fonte: Correio do Brasil