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Inácio conclama ABI a lutar contra o “monopólio da opinião”

Ao discursar na sessão de homenagem ao centenário da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), requerida por ele próprio, o senador Inácio Arruda (PCdoB-CE) conclamou a entidade a promover no país o debate sobre o papel de uma imprensa verdadeiramente livr

“A imprensa deve estar a serviço da sociedade. No entanto, parte significativa da imprensa de hoje usa concessões públicas para atacar os interesses populares. Paira acima da sociedade e de seus pressupostos constitucionais”, criticou Inácio Arruda.



O senador observou que, em cem anos, apesar de ter enfrentado dificuldades que foram de privações materiais a atentados terroristas, a ABI manteve-se fiel ao propósito de defender não apenas os profissionais da imprensa, mas, acima de tudo, os ideais da democracia e da liberdade que postulavam seus criadores.



Inácio Arruda recordou a fundação da ABI pelo jornalista Gustavo de Lacerda, em 1908. Inicialmente voltada à prestação de assistência aos profissionais de imprensa, como lembrou o senador, a associação passou a desempenhar um papel cada vez mais relevante na defesa das liberdades democráticas. A sede da instituição, no Rio de Janeiro, foi palco de entrevistas históricas – como as concedidas por Fidel Castro, Che Guevara e Bob Kennedy – e de reuniões que lançaram campanhas – como a “O Petróleo é Nosso”, que resultou na criação da Petrobras.



“Expresso nossa gratidão, minha e do Partido Comunista do Brasil, à ABI, e renovamos nossa confiança no trabalho dessa entidade. Que ela prossiga empreendendo o mesmo esforço que outrora resultou na conquista e na consolidação da democracia, desta vez rumo à crescente ampliação da cidadania e da justiça social”, afirmou Inácio Arruda.



O senador Pedro Simon (PMDB-RS) lembrou o papel da ABI na luta pela liberdade e em defesa da cultura nacional. O primeiro cineclube do Brasil, ressaltou, foi criado pela associação. A entidade também participou decisivamente, como recordou, em campanhas políticas como as da luta pela anistia, pelo fim da censura prévia, pelas eleições diretas e pela realização de uma Assembléia Nacional Constituinte.



“Em uma hora em que o Brasil vive sem referências, nós prestamos uma homenagem cívica a nossas referências mais queridas, mais puras. A ABI é um orgulho do Brasil, um orgulho de nosso povo”, observou Simon.



Já o presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN), agradeceu à entidade pelo apoio dos jornalistas à luta contra as medidas provisórias que, na avaliação do senador, “humilham o Congresso Nacional e fazem dele uma instituição com papel caudatário”.



“A ABI é o escoadouro de tudo o que se escreve em favor de uma nação livre, democrática e soberana. Sobre MPs, vetos não apreciados, Orçamento que não é votado, enfim, sobre tudo o que se escreve sobre o Congresso Nacional, devo dizer muito obrigado. Se não fosse a imprensa, nossa voz daqui não sairia e não inundaria os corações dos brasileiros que gritam que a democracia não é uma conquista de cem anos, mas uma conquista eterna do povo”, disse Garibaldi.



Além dos senadores, participaram da cerimônia o presidente da ABI, Maurício Azedo, e o diretor-geral da Imprensa Nacional, Fernando Tolentino de Sousa Vieira.


 


Com informações da Agência Senado