PCdoB reafirma prioridades políticas para 2008

A reunião contou com a presença – além dos membros efetivos da CPN – da atual presidente do Cebrapaz (Centro Brasileiro de Solidariedade e Luta pela Paz), Socorro Gomes, eleita em 11 de abril presidente do Conselho Mundial da Paz (CMP) e da deputada federal pelo PCdoB do Estado do Amazonas, Vanessa Grazziottin.

O presidente do PCdoB, Renato Rabelo, em sua intervenção inicial, destacou alguns pontos da situação internacional, chamando atenção para o desenvolvimento da campanha eleitoral nos Estados Unidos, onde está em xeque a política hegemonista e militarista do atual presidente George W. Bush, representada pelo candidato do Partido Republicano, o senador John McCain. E de outro lado, a disputa dura que se trava entre os dois aspirantes a candidato pelo Partido Democrata, a senadora Hillary Clinton e o senador Barack Obama.

Em seguida, Renato Rabelo relatou a opinião veiculada pela última edição da revista de política externa americana, a Foreign Affairs, que constata em um de seus artigos, a diminuição relativa do hegemonismo dos EUA nestes últimos anos, prevendo para este século 21 uma situação internacional mais multipolar.

Em outra referência a análises elaboradas pelo Fundo Monetário Internacional, Renato lembrou uma conclusão publicada na edição da revista de política econômica mundial deste órgão internacional que vaticinou estarmos entrando em uma realidade econômica nova e precária, um terreno instável, sendo esta última crise financeira vem sendo considerada a maior na economia mundial desde 1929 – e também um choque nos preços das commodities que podem provocar tempestades inflacionárias. Segundo o documento, este crescimento aquecido nas economias chamadas “emergentes” e a recessão nos pólos centrais da economia munidial, especialmente nos EUA, podem exigir “maior valorização cambial dos países emergentes e o respectivo aumento de juros nestas economias”.

Renato se referiu, então, à última decisão do Copom, o Comitê de Política Monetária do Banco Central brasileiro, que acabou de elevar em 0,5% a taxa Selic, colocando o Brasil no topo do ranking mundial dos maiores juros reais do Planeta.

Ainda na esfera da política internacional, foi analisada a última campanha presidencial no Paraguai, onde venceu o candidato Fernando Lugo, da Aliança Patriótica para a Mudança. Clique aqui para ler o documento, que saúda o resultado das eleições no país vizinho.

Carta aos trabalhadores e às trabalhadoras

Outra decisão tomada pela reunião da Comissão Política foi a carta aos trabalhadores e às trabalhadoras brasileiras por ocasião do Dia Internacional dos Trabalhadores. Clique aqui para ler o documento.

Sobre a situação política nacional e o processo de preparação para a campanha eleitoral de 2008, a reunião da Comissão Política se aprofundou na análise dos últimos lances da conformação de alianças. O mais recente foi o alinhamento do PMDB de São Paulo em torno da candidatura de Gilberto Kassab, do Democratas, fortalecendo assim a posição antes isolada do atual governador de São Paulo, José Serra. Outro fato relevante em debate na reunião foi a decisão da direção nacional do Partido dos Trabalhadores, vetando a aliança em Belo Horizonte entre o PT local e o PSDB do Governador Aécio Neves. Estes movimentos certamente terão impacto importante nas relações entre os partidos brasileiros tendo em vista não apenas o embate de 2008, mas também se refletindo nas eleições de 2010.

No que se refere ao PCdoB, o que a direção da Comissão Política constatou foi que existe por todos os regionais um grande entusiasmo e espírito de ousadia política nesta fase de organização da campanha dos candidatos comunistas. Com a iniciativa de lançamento das pré-candidaturas em várias capitais e cidades importantes do país – candidaturas com prestígio popular e capacidade de aglutinação – o PCdoB participa hoje de todas as discussões relevantes nas mesas do debate político nacional.

Se em 2004 o PCdoB conseguiu eleger uma dezena de prefeitos e 273 vereadores, hoje o Partido já conta com 40 prefeitos (sendo o Prefeito Edvaldo Nogueira da capital de Sergipe, Aracaju) e cerca de 425 vereadores, dos quais 20 nas capitais. A meta realista de eleição constatada em inúmeras plenárias do Partido realizadas nas últimas semanas, é de até 81 prefeitos e prefeitas em capitais e cidades que poderão ter segundo turno pelo Brasil afora, e de cerca de 800 vereadores.

A singularidade desse projeto eleitoral, o fator distintivo da perspectiva eleitoral se manifesta – como foi apresentado pelo secretário de organização Walter Sorrentino – no fato de que o PCdoB apresenta lideranças políticas e eleitorais fortes e influentes. Estas lideranças, afirmou Sorrentino, “foram construídas concentradamente pelo esforço partidário, representam o nosso principal capital político partidário, e se expressam em candidaturas competitivas nas capitais”.

“O próximo grande passo, concluiu Sorrentino, em termos específicos de mobilização partidária se concentra nas convenções de junho”. Aí deverá se manifestar a grande força partidária, com atos políticos com aliados, mobilização de militantes, filiados e eleitores, sobretudo onde o Partido terá candidaturas próprias. O último encontro nacional eleitoral do PCdoB definiu como tarefas principais:

• Realizar um encontro nacional com os responsáveis jurídicos pela campanha;

• Integrar sob comando único o setor de comunicação e jurídico da campanha majoritária;

• Estudar melhor as exigências futuras quanto à fiscalização da votação;

• Projetar mais intensamente, por todos os meios, o número da legenda 65;

• Atenção desde já à constituição de equipes de TV e não subestimar o papel do rádio (principalmente no interior);

• Alerta geral quanto à legislação de campanha no tocante à propaganda eleitoral;

• Intensificar a informação sobre a legislação no tocante à prestação de contas; papel e exigências do comitê financeiro de campanha, condutas vedadas, o que mudou em respeito a 2004 etc.