Sem categoria

Imagens e bandeiras de luta do 1º de Maio no mundo

O 1º de Maio, Dia Mundial de Solidariedade e Luta dos Trabalhadores, foi celebrado com manifestações combativas em todo o planeta. Destaques para a América Latina, o ''Continente Rebelde'', e para a frente de combate pelos direitos dos trabalhadores i

O troféu da violência antitrabalhista neste 1º de Maio foi para o regime repressivo da turquia. Ele prendeu 530 manifestantes  segundo dados do Centro de Crise da Autoridade Provincial, e usaram bombas de gás lacrimogêneo contra um protesto-gigante de meio milhão de pessoas em Istanbul, a capital. O crime dos manifestantes: tentar, sem êxito, realizar sua concentração na Praça Taksim, onde a polícia assassinou 37 pessoas ao reprimir outro 1º de Maio, em 1977.

Dezenas de pessoas, inclusive idosos, mulheres e crianças que estavam perto da praça Taksim, foram hospitalizadas por intoxicação por gás lacrimogêneo. Médicos advertiram as autoridades sobre as graves conseqüências do uso dessa arma ''antimotins''.

Também no Chile a data foi marcada pela violência policial. Em Santiago a polícia usou bombas de gás e fez 96 prisões, ao reprimir uma passeata de 20 mil pessoas. O pretexto foi uma ação de jovens abarquistas, que jogaram tinta, pedras e garrafas contra o prédio de um banco.

Na França, unidade pela primeira vez em 5 anos

Na França, o 1º de Maio foi celebrado de forma unificada pelas duas maiores centrais sindicais – CGT e CFDT – pela primeira vez desde 2003. Participaram também partidos políticos como o Partido Comunista e a Liga Comunista Revolucionária.

As 150 manifestações unificadas reuniram mais de 200 mil pessoas em toda a França (120 mil segundo a polícia): foram 30 mil manifestantes em Paris, 30 mil em Marselha (segunda maior cidade), 4 mil em Toulouse, 2 mil em Strasburgo e mil em Lille.

O outro destaque da jornada na França foi a presença na passeata, pela primeira vez, de uma ala dos ''sem papéis'' – trabalhadores imigrantes vindos principalmente da África, perseguidos e discriminados. Sua palavra-de-ordem: ''Damos duro aqui, vivemos aqui, ficaremos aqui: regularização, solidariedade''. Francine Blanche, dirigente da CGT, comentou: ''Que estes assalariados, que em geral preferem se esconder, ousem se manifestar é uma lição de coragem para todos os assalariados''.

Nos EUA, o papel dos latino-americanos

Também nos Estados Unidos a causa dos trabalhadores imigrados marcou a data. Desde o ano passado, os residentes no país de origem latino-americana (chamados ''hispanos'' ou ''latinos''), têm sido os grandes responsáveis pela imposição da data como um fato importante nos EUA, praticamente o único país que não reconhece o 1º de Maio (ele festeja o ''Dia do Trabalho'', na primeira segunda-feira de setembro), embora tenha sido o palco do ''Massacre de Chicago'', que deu origem ao dia dos trabalhadores.

Neste 1º de Maio os manifestantes somaram 8 mil em Los Angeles, 2 mil em Chicago, 1.500 em Nova York e algumas centenas em Washington, Phoenix e Tucson. Os números ficaram bem abaixo dos de 2007, quando 700 mil trabalhadores participaram do 1º de Maio nos EUA, em um gesto sem precedentes na história das lutas trabalhistas naquele país.

Os organizadores avaliaram que o protesto foi imprensado pela campanha presidencial deste ano: ''É tarde demais para este presidente fazer alguma coisa pela reforma da imigração. Vamos pressionar com firmeza o próximo'', explicou o equatoriano Fausto Sicha, 27 anos, presente no protesto em Nova York.

Em Cuba, ''um socialismo cada vez mais justo''

Em Cuba, o grande 1º de Maio em Havana mais uma vez não teve a presença do líder histórico Fidel Castro, mas sim o de 461 delegados representando 175 organizações de 62 países (24 deles latino-americanos0. O presidente Raúl Marco presidiu a concentração de muitas centenas de milhares de cubanos na Praça da Revolução,, mas não discursou. O orador do dia foi o presidente da CTC (Central de Trabalhadores de Cuba), alvador Valdés.

Valdés reafirmou a decisão dos trabalhadores cubanos, de continuar no caminho traçado pelo fundador da Revolução, Fidel Castro, ''rumo a um socialismo cada vez mais justo, humano e eficiente''. Ele também destacou, entre as ''muitas razões para festejar'' neste 1º de Maio, ''o amplo processo político-ideológico que tem lugar dentro do movimento operário para impulsionar o desenvolvimento econômico e produtivo no país''.

Da redação, com agências