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Festival de Cannes premia atriz e curta-metragem brasileiros

Festa brasileira no Festival de Cinema de Cannes, que divulgou seus principais vencedores neste domingo (25). A atriz paulistana Sandra Corveloni faturou o prêmio de melhor atriz pelo filme Linha de Passe, de Walter Salles e Daniela Thomas. Por r

O prêmio da atriz — que foi recebido em Cannes pelos diretores de Linha de Passe — não foi o único êxito brasileiro na 61ª edição do festival. No sábado, o curta-metragem Muro, do pernambucano Tião — codinome de Bruno Bezerra — já havia ganhado o prêmio Un Regard Neuf (Um Olhar Novo).


 


Segundo o júri, o filme de 18 minutos foi considerado o mais audacioso entre os 11 selecionados para a seleção Quinzena dos Produtores. Não há exatamente uma trama em Muro — mas, sim, um exercício de experimentalismo e rigor do diretor. O prêmio para representantes estrangeiros foi instituído neste ano.


 


Já o anúncio mais esperado do evento — a Palma de Ouro de melhor filme — ficou “em casa”. Vinte e um anos depois de Maurice Pialat e seu filme Sob o Sol de Satã, o filme de um cineasta francês — Entre les Murs (Entre as Paredes), dirigido por Lauren Cantet — ficou com o prêmio máximo.


 


O longa estava entre os favoritos para os principais prêmios. Críticos elogiaram o retrato realístico das brincadeiras e tensões das classes de aula e as pressões que os professores enfrentam. “O filme que queríamos fazer tinha que ser uma reflexão da sociedade francesa — múltipla, de várias faces, complexa”, disse Cantet no palco da cerimônia de entrega dos prêmios.


 


O presidente do júri, Sean Penn, ressaltou que a decisão foi unânime. Também por unanimidade, o ator porto-riquenho Benicio Del Toro recebeu o prêmio de melhor interpretação masculina por sua atuação em Che. O longa-metragem de Steven Soderbergh apresenta uma biografia do argentino Ernesto Guevara de la Serna, o Che, um dos líderes da Revolução Cubana.


 


Quem é Sandra Corveloni


 


A brasileira que sai consagrada de Cannes é uma atriz do Grupo Tapa, formada em teatro pela PUC-SP. Sandra Corveloni também assina ainda a co-direção da peça Amargo Siciliano, de Pirandello, que está em cartaz no Viga Espaço Cênico, em São Paulo.


 


No Tapa, participou como atriz em dezenas de peças, entre elas Moço em Estado de Sítio, de Oduvaldo Viana Filho, Vestido de Noiva, de Nelson Rodrigues, Rasto Atrás, de Jorge Andrade, Major Bárbara, de Bernard Shaw e Órfãos de Jânio, de Millôr Fernandes. E, também no Tapa, dirigiu As Viúvas de Artur, espetáculo que unia três peças curtas de Artur de Azevedo.