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Haddad defende sistema de cotas em reunião com deputados

O ministro da Educação, Fernando Haddad, voltou a defender nesta quarta-feira (28), o projeto que reserva 50% das vagas nas universidades públicas aos alunos egressos das escolas públicas. Haddad reuniu-se com os líderes de todos os partidos na Câmara

Na semana passada, o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia, criou um grupo de trabalho para aperfeiçoar o projeto sobre cotas. Chinaglia disse que os parlamentares ainda precisam esclarecer dúvidas sobre a proposta. Segundo ele, só depois desses esclarecimentos é que o projeto será incluído na pauta do Plenário.



No colégio de líderes, há consenso na reserva de vagas para escola pública, mas ainda alguma dúvida em relação à distribuição proporcional por raça. A argumentação dos parlamentares do PSDB para se opor a proposta é de a exclusão educacional é gerada especialmente pela questão de renda e não pela questão racial.



“Há um equívoco quando se dá mais destaque às cotas raciais neste projeto. O projeto fala em cota de 50% para a escola pública. Isso precede a distribuição proporcional por raça, que atende a realidade de cada estado e a questão de identidade, não gerando qualquer benefício especial aos alunos negros, por exemplo”, esclareceu Haddad.



Segundo ele, num estado como a Bahia, ao se autodeclarar negro, o candidato disputará mais vagas com mais candidatos. Já no Rio Grande do Sul, um candidato negro disputará menos vagas com menos concorrentes. Para Haddad, não há privilégio.



Momento Adequado



Para Haddad, o momento é adequado para aprovar o projeto, porque o ensino superior público passa por um processo de expansão. “Até 2010, estamos dobrando o número de ingressantes nas universidades federais, dos atuais 124 mil para 228 mil”, disse.



Outro fator apontado pelo ministro é que os resultados de várias experiências de implantação de cotas estão sendo divulgados e alguns mitos estão caindo. “A questão de mérito é um exemplo: os estudos feitos em universidades apontam que o resultado dos cotistas é igual ou superior ao dos não cotistas.”



Ao final do encontro, Haddad se mostrou confiante na aprovação do projeto pela Câmara no mês de junho. Os líderes não definiram prazo para votação.


 
A implementação da política de cotas deverá ser completada em um período de quatro anos, com base em um índice crescente de 25% das vagas a cada ano. O texto prevê ainda revisão do sistema depois de dez anos.



De Brasília
Com agências