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Renato Rabelo: A Amazônia é dos brasileiros

A divulgação pela imprensa, no último final de semana, de que um informe reservado da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) revela que está sendo investigada a atuação do empresário sueco Johan Eliasch – consultor do primeiro ministro britânico Gor

Trata-se de uma grande provocação e um verdadeiro atentado à soberania de nossa Pátria. O governo brasileiro reagiu prontamente, numa declaração contundente do próprio Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em reunião no auditório do BNDES, no Rio de Janeiro: “O mundo precisa entender que a Amazônia brasileira tem dono, e que o dono da Amazônia é o povo brasileiro. São os índios, são os seringueiros, são os pescadores e também nós, que somos brasileiros e temos consciência de que precisamos desenvolver a Amazônia”.



De fato, não se pode cair na armadilha de que o problema da Amazônia é fruto de uma contradição entre “ambientalistas” versus “desenvolvimentistas”. A questão é de dimensão e gravidade muito maior. Alguns poucos acham que a Amazônia deve ser uma grande floresta vistosa e intocável, enquanto outros pensam que o negócio é depredar a região para dela extrair tudo o que se possa. Os brasileiros, entretanto, em sua grande maioria, sabem que devemos mesmo é desenvolver a região amazônica de forma sustentável, preservando seu ecossistema e respeitando os direitos dos que lá vivem e trabalham.



Para que essa imensa tarefa tenha pleno êxito será preciso mobilizar as forças avançadas da nação, os cientistas e intelectuais, os movimentos sociais, para se chegar a um plano de desenvolvimento sustentado da Amazônia, que garanta a soberania nacional, que coloque as riquezas da biodiversidade e do solo amazônico a serviço do povo brasileiro, e não daqueles que foram incapazes de produzir um desenvolvimento sustentado, sendo os maiores poluidores do planeta e que até hoje sequer respeitam o que foi assinado no protocolo de Kyoto, no Japão, em 1997. Aliás, como disse o presidente Lula na abertura do XX Fórum Nacional do Instituto de Altos Estudos (Inae), “quem tinha que tomar medidas para cumprir o protocolo de Kyoto, nem o referendou. Fomos nós que referendamos. E fomos nós, com a utilização de 100% de etanol, que tiramos do ar 800 milhões de toneladas”.



(*) Presidente do Partido Comunista do Brasil