Sem categoria

China: o terremoto é uma grande escola

“Desde a mais remota antiguidade a humanidade aprende a sobreviver em meio à luta contra os desastres naturais. Sua capacidade para aliviar os efeitos de um desastre também é ampliada nesta luta. Cada um dos grandes desastres torna mais aguda a intelig

O grande terremoto de 12 de maio em Wenchuan, na província de Sichuan, causou efeitos catastróficos à nação. Em alguns instantes, se produziram tremores de terra e de montanhas. As correntezas dos rios foram cortadas e as casas desabaram. As perdas humanas foram enormes. Dezenas de milhares de pessoas viram afetadas a sua vida cotidiana.



O país celebrou um dia de luto nacional. Os povos de todo o mundo compartilham a desgraça do povo chinês e prestam seu apoio para superar a dificuldade. Nestas condições especiais não podemos esquecer as cenas trágicas que nossos compatriotas experimentaram, não podemos esquecer o amor manifestado por todo o povo da China, com suas doações de dinheiro, material e sangue.



Não podemos esquecer que os dirigentes do partido e do governo se preocupam pelas inquietudes da população afetada e compartilham com ela o mesmo alento. Não podemos esquecer o espírito nacional que o governo, o exército e os civis manifestaram, em fazer esforços em comum para enfrentar a desgraça nacional, em ir para a luta em uníssono, em compartilhar o mesmo destino e em avançar de mãos dadas rumo ao futuro.



Não podemos esquecer os esforços realizados na linha de frente da tragédia pelos médicos, pelos jornalistas e pelos voluntários de diversas frentes, assim como pelos amigos estrangeiros, que ofereceram sua ajuda sincera e manifestaram sua consciência social.



Depois de enxugar as lágrimas e sepultar os cadáveres, e quando passamos em revista, com calma e com o peito erguido, o que passou neste grande desastre, constatamos com satisfação que nossa consciência resistiu a uma prova de vida e morte, que nossa alma experimentou uma purificação, e que nosso espírito sofreu foi forjado em uma nova condição.



À custa de sangue aprendemos algo que não podemos aprender em tempos normais. O partido aprendeu a enfrentar a crise com serenidade, a fazer decisões oportunas, a dirigir e mobilizar seus militantes, ao governo e aos civis, assim como às forças de diversos setores sociais a socorrer a área afetada, transformando em grande medida o modelo de sua direção.



O governo aprendeu a encarar a emergência com uma atitude científica, a exercer a direção com contundência, a mobilizar os recursos administrativos e materiais para solucionar os problemas práticos na linha de frente, e a conferir ao povo a confiança, a força e a esperança.


O Exército aprendeu a dar respostas rápidas às missões não bélicas, a resgatar os flagelados do sismo, a empregar com vantagens sua organização, concentração, sinceridade e coragem, dando mostras de sua brilhante imagem de Exército Popular.



Os civis aprenderam a gostar das pessoas alheias e a amar a vida. Nos momentos em que a vida humana está em perigo, trabalham coração a coração, mano a mano, para manter a vida, passando sobre as coisas vulgares e abandonando as disputas triviais. As massas afetadas pelo terremoto aprenderam a manter-se firmes, decididas e sem vacilação.



Todos, sejam anciãos no último momento de sua vida, ou adolescentes e crianças, suportam as tribulações com grande resistência, mantêm sua esperança na vida, persistem em seus esforços por ajudar os outros apesar da sua incapacidade física, consolidam sua fé na reconstrução de seus lares destroçados. Mudaram todo o conceito que tinham da vida.



A mídia aprendeu a relatar as informações a tempo e com precisão, a enviar suas reportagens de forma aberta e transparente, e a entrar em acordo com o mundo. Dessa forma, todos os rumores e especulações perderam impacto. A cobertura feita pela mídia da China comoveu todo o povo do país e a comunidade internacional. Com isso, ganhou a compreensão, apoio e credibilidade de todos os povos do mundo, além de trazer mais apoio ao país.



O pessoal médico, os efetivos de segurança pública, os técnicos de diversas especialidades, os trabalhadores de resgate, os voluntários, e todos os que estão na zona afetada aprenderam nesta grande e triste aula conceitos de vida, ética e escala de valores que jamais teriam aprendido no cotidiano normal que levavam. Compreenderam o caráter indócil da natureza e a força do conhecimento para dominá-la. Há algo mais valioso no mundo como a vida, o sangue, a sinceridade, o grande amor e a consciência?



“A nação que sabe aprender com os desastres é uma nação que tem esperanças”. Gravemos na mente esta frase filosófica. Aprendamos a converter o desastre em uma grande escola, aprendamos a sobreviver, a manter a sobrevivência, a tratar-se como integrante do mundo, a dedicar nossos esforços às grandes causas, a construir, a criar, para nela inserir nossas vidas e realizar façanhas na reconstrução de nossa nação, a China.



Fonte: Diário do Povo on-line