Luciene Urbano: a escola pública com o foco na aprendizagem

Quando uma escola elege como principal meta a melhoria no processo ensino-aprendizagem ela passa por muitos conflitos internos, principalmente quando se trata de escola pública.
Apontar como objetivo principal aprendizagem de qualidade significa dizer

Há algumas condições essenciais para a implementação de um processo de ensino–aprendizagem que vise à qualidade. Condições estas que muitas vezes parecem óbvias mais de fato são de difíceis de operacionalidade, a exemplo do cumprimento dos duzentos dias letivos, do direito ao tempo pedagógico diário, do direito a aula de qualidade; estes são alguns dos muitos direitos determinados por Lei que na prática não são cumpridos.


 



A discussão a cerca da qualidade dos serviços públicos oferecidos a população e da educação, em especial, precisa está na ordem do dia.


 



A população não pode continuar adormecida, pois esta atitude é um reforço positivo para a situação de negligência a qual se encontra os serviços públicos. Não é concebível que em pleno meio do ano letivo ainda tenha escolas com o quadro de professores incompleto.


 



Os pais precisam tomar pé do que ocorre na escola, se envolver no cotidiano escolar, exigir a garantia do direito a educação de qualidade para seus filhos.


 



A mudança só ocorre de fato quando há o desejo, a convicção e a disposição coletiva. É necessário que o aluno, os pais, os professores, os funcionários e a direção estejam convencidos que a mudança é necessária e estejam determinados a promovê-la.


 



Há alguns vícios que dominam as escolas públicas que estão inclusos entre os fatores que impedem as mudanças. Estes vícios fazem com que as escolas fujam do seu principal objetivo que é a aprendizagem.


 



O aluno, no geral, está preocupado apenas em adquirir o diploma sem fazer esforço. A aprendizagem não tem a menor importância. Para ele melhor que aprender é adquirir a nota para passar de ano.


 



Esta situação de alienação do aluno é cômoda para o professor, pois o aluno que não tem consciência do seu papel na escola não vai exigir do professor e da instituição escolar qualidade do ensino. Esta é uma cultura que precisa ser repensada quando se quer fazer uma educação de qualidade.


 


A luta para romper com estes vícios causa muitos conflitos na escola. Nesta luta os setores mais resistentes são os professores e os alunos.


 



A batalha em defesa da educação pública de qualidade deve ser abraçada por todos, usuários da escola pública ou não, pois ela é paga pela população através dos impostos. Por isto, todos nós, no exercício da nossa cidadania, devemos lutar pela garantia da efetivação do direito a educação de qualidade.


 
Luciene Urbano é Diretora da E.E. Dom Nivaldo Monte – Parnamirim/RN