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Após derrota, Cristina revoga decreto que detonou crise

Depois de 129 dias de conflito com o setor agropecuário, a presidente argentina, Cristina Kirchner, assinou nesta sexta-feira (18) um decreto anulando o aumento de impostos sobre as exportações de grãos instituído em março, que gerou uma crise que ainda s

O anúncio, que, na teoria, acaba com a guerra, foi feito um dia depois de o Senado, com o voto de Minerva do vice-presidente Julio Cobos, ter derrubado o projeto de lei que tratava do tema – no que foi considerada a maior derrota política de Cristina e de seu marido e antecessor Néstor Kirchner.



A criação em 11 de março dos chamados impostos móveis, que variam conforme o preço dos produtos no mercado internacional, gerou quatro locautes ruralistas, bloqueios de estradas, desabastecimento e aumento da inflação.



Diante da posição intransigente do governo, a classe média, a oposição e parte da base governista se uniram ao campo. Com a anulação, os impostos voltam a ser os de 10 de março.



Ao anunciar a decisão em nome da presidente, o chefe-de-gabinete, Alberto Fernández, mostrou a insatisfação do governo. “A resolução foi pretexto para um violento locaute que iniciou uma escalada de bloqueios de estradas, desabastecimento, ações verbais e físicas”, disse Fernández. “Ficará sem efeito para que seja tratada em outro âmbito, sem pressões nem agressões.”



A anulação da chamada “resolução 125”, a principal exigência dos ruralistas, foi comemorada com moderação por líderes agropecuários e pela oposição, que buscam discutir outras questões com o governo.



Fonte: Folha de S.Paulo



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