Falta de fiscalização provoca insegurança nos aeroportos

O acidente com o avião da TAM que saiu de Porto Alegre com destino a São Paulo e causou a morte de 199 pessoas completa um ano nesta quinta-feira (17). Depois da tragédia no aeroporto de Congonhas, na Capital paulista, o governo garantiu que iria inves

“Você vê os aeroportos parecem shoppings, são muito bonitos, mas não tem equipamento necessário para a aproximação de vôo. Isso tudo dificulta muito a nossa situação e também do pessoal que faz essa parte de controle de tráfego aéreo”, diz.



 
Para Leonel, a causa do acidente foi uma seqüência de eventos, que reforça o seu argumento que aeroporto de Congonhas continua não sendo seguro, pois não tem área de escape. O mesmo problema existe no aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro.



 
“Não existia uma notificação falando dos procedimentos, do reverso do avião, se sabia-se que o avião não podia pousar com um reverso só, porque estavam deixando a aeronave voar daquela maneira. Hoje, se critica muito a Agência Nacional de Aviação Civil, mas a gente não pode esquecer que houve por mais de 30 anos o DFC, que era o órgão responsável por fiscalizar também os aeroportos e deixou a chegar ao ponto que chegou de sucateamento”, diz.



 
Além disso, os funcionários do setor não são valorizados. Leonel afirma que os salários são baixos, não existe plano de carreira e as empresas não investem em treinamento. Segundo Leonel, a rotativamente dos trabalhadores é grande. Eles chegavam a completar 20 anos numa mesma empresa, hoje, trabalham de dois a três anos.



 
“Se comparar a nível de mercado mundial, é o salário mais baixo que existe e isso influi diretamente na questão de segurança, porque como é que se vai manter o bom profissional pagando mal? Esse bom profissional vai embora para outra atividade que não seja aviação e aí começa a não ter uma coisa que é fundamental na aviação: experiência”, diz.



 
A diminuição de empregos no setor vem diminuindo nos últimos 10 anos, quando as empresas Vasp, Transbrasil e Varig quebraram. Muitos funcionários foram trabalhar na GOL ou na TAM, afirma Leonel, mas a maioria preferiu investir numa carreira no exterior, onde os salários são melhores. Para o dirigente sindical, uma fiscalização mais séria dos órgãos responsáveis melhoraria a situação do setor.



 
“Eu acho que estava na hora do Ministro da Defesa ir pro meio da ANAC hoje e fazer com que a fiscalização nas empresas fosse muito forte, no sentido de ver a regulamentação profissional dos funcionários, se não estão voando acima das horas que se pode voar, se a manutenção nos aeroportos está sendo feita de forma correta, se os funcionários não estão sendo pressionados a ter sobrecarga de trabalho”, diz.
 


Agencia Chasque