Conferência propõe atualização do Programa Nacional de Direitos Humanos
Após uma terça-feira inteira dedicada a debates, foi encerrada, na quarta (17/9), a 2ª Conferência Estadual de Direitos Humanos. O evento reuniu representantes de órgãos públicos e da sociedade civil para sugerir propostas de ação e políticas em favor da
Publicado 19/09/2008 19:35 | Editado 04/03/2020 16:21
Na cerimônia de encerramento, os grupos de trabalho, divididos em seis eixos temáticos, apresentaram as suas resoluções acerca da universalização dos direitos humanos; violência e segurança pública; educação e cultura; interação democrática entre estado e sociedade; responsabilidade das três esferas do poder público, Ministério e Defensoria; e desenvolvimento e direitos humanos. Cada um dos eixos reunia propostas alvitradas ao longo de agosto e setembro, quando da realização das etapas territoriais, contemplando reivindicações e sugestões de Salvador, região metropolitana e cidades do interior do estado.
Nas moções finais, fruto do aprimoramento dos temas já citados, as denúncias tiveram destaque maior que o desejado. O preconceito e o racismo, direcionados principalmente aos grupos LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transexuais) e aos negros estiveram no centro das discussões. Ações violentas, como as tentativas de homicídio, engrossaram o coro negativo, escancarando a urgência de respeito e cumprimento do PNDH.
Direito a Memória e Verdade
Apesar de não figurar oficialmente entre os tópicos pré-definidos pela Conferência Estadual, o tema “Direito a Memória e Verdade” foi lembrado nas discussões. “A expectativa é de que, em algum momento da Conferência Nacional, deva ser destacado o Direito à Memória e Verdade, principalmente no período da Ditadura Militar, do qual ainda se espera a abertura dos arquivos e o julgamento de muitos torturadores”, acredita Ana Guedes, dirigente do Grupo Tortura Nunca Mais / BA.
Ana Guedes é uma das 55 delegadas eleitas para representar o estado na 11ª Conferência Nacional dos Direitos Humanos. “Essa Conferência vai contribuir muito para a atualização do Programa Nacional de Direitos Humanos, e esperamos que o Programa seja, de fato, aplicado em todos estados da federação para que a gente consiga, enfim, transformar a face precária da atual situação do país”, destacou.
De Salvador,
Camila Jasmin