Centrais protestam unidas em Salvador contra juros altos e o demissões
Trabalhadores de diversas categorias se uniram na manhã desta quarta-feira (21/1), em Salvador, para protestar contra as demissões em massa e a alta taxa de juros cobrada no país. A manifestação ocorreu em frente à sede do Banco Central do Brasil, na aven
Publicado 21/01/2009 22:23 | Editado 04/03/2020 16:21
Dirigentes da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Força Sindical, Nova Central Sindical, União Geral dos Trabalhadores (UGT) e da Central Única dos Trabalhadores (CUT) participaram do ato, que marcou o dia nacional de luta pela redução da taxa de juros. Eventos semelhantes aconteceram em diversas cidades do país. “Os trabalhadores estão mobilizados em todo o Brasil para mostrar ao governo federal que é necessário mudar a política econômica do país, que está fundada nos princípios neoliberais. A Selic precisa ser cortada em, no mínimo, dois pontos percentuais. Na reunião com o presidente Lula na segunda-feira, as centrais sindicais propuseram que para dar dinheiro público às empresas, o governo exija que ela não demita”, afirma Pascoal Carneiro, coordenador nacional da CTB.
De acordo com o presidente da CTB Bahia, Adilson Araújo, as centrais sindicais dialogaram com os trabalhadores para apresentar ao governo propostas para preservação dos empregos em todo o país. “Nós acreditamos que as ações que acontecem hoje vão contribuir na busca do entendimento de que a classe trabalhadora não pode ser penalizada pela crise. Nós não fomos convidados a dividir os lucros e também não queremos pagar pelos prejuízos. Estamos cobrando a redução da Selic, a diminuição da jornada de trabalho sem corte de salário, fim das horas extras, ampliação do número de parcelas do seguro-desemprego. Achamos que esse é o melhor caminho para sair da crise”, ressaltou.
“Hoje é um dia nacional de lutas. Nós sabemos da nossa responsabilidade, pois na hora em que a crise aperta, são os trabalhadores que acabam pagando a conta. Portanto, neste momento os trabalhadores estão unidos para defender o emprego e baixar a taxa de juros, o que significa investir na produção para gerar mais empregos. Nós não podemos aceitar estas medidas propostas pelos empresários de reduzir jornada, flexibilizar direitos e diminuir salários”, declarou Nair Goulart, presidente da Força Sindical na Bahia.
Diversos sindicatos também participaram da manifestação, marcada estrategicamente para o dia em que o Copom decide a nova taxa de juros básica da economia. “Vamos protestar até o Copom entender que os juros altos freiam a economia. Isto está comprovado em várias partes do mundo. Nós não entendemos porque o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, teima em nadar contra a maré. Com os juros altos, o povo não pode consumir. Sem o aquecimento da economia não é possível o Brasil se desenvolver e criar novos postos de trabalho“, concluiu Adilson Araújo, presidente da CTB Bahia.
De Salvador,
Eliane Costa