Um carnaval democrático e popular

A Prefeitura de Olinda abre, oficialmente, nesta quinta-feira (19), o carnaval 2009 da Cidade Patrimônio Cultural da Humanidade. Nestes nove anos em que o PCdoB está à frente do Governo Municipal, a folia de Momo no município reconquistou a sua caracterís

Às 7h, o bloco Vassourão, formado por garis e pessoal responsável pela limpeza urbana de Olinda, lavou as ladeiras da cidade com milhares de litros de água e eucalipto. Era a limpeza simbólica das ruas para receber os foliões que chegam para brincar o carnaval no município.


 


Logo mais, à noite, Alceu Valença, a banda Eddie e a Orquestra Contemporânea de Olinda abrem oficialmente o período momesco. A festa acontece a partir das 20h, no palco montado próximo ao Fortim do Queijo, bairro do Carmo.


 


Até a próxima terça-feira (24), outros 14 pólos de folia, espalhados pela cidade, farão a animação nos bairros. Serão 150 atrações, entre artistas da terra e nacionais, levando o melhor do carnaval para os olindenses. Além disso, mais de 700 blocos e agremiações desfila pelas ladeiras da cidade arrastando multidões.


 


Nem sempre foi assim…
Em oito anos de uma bem sucedida gestão, Luciana Santos conseguiu trazer para Olinda a beleza e a participação popular dos antigos carnavais. Antes dela assumir, em 2001, a cidade estava sendo esquecida pelos foliões que iam brincar o carnaval em outros municípios como Recife ou, até mesmo em outros estados, como a Bahia.


 


Foi época, inclusive, da explosão do axé music e o que se via no carnaval de Pernambuco eram trios elétricos, tocando um som que não era característico do estado. Nesse passo, que não era o do maracatu, nem o do caboclinho, muito menos o do frevo, Olinda ia perdendo a sua importância como a terra do carnaval.


 


Foi no governo comunista que a Secretaria de Cultura de Olinda pegou pelas mãos a festa que era símbolo da cidade e a trouxe de volta para o caminho certo. Foram criadas lei municipais contra o som alto e o beijo forçado, por exemplo, que estavam manchando a imagem do carnaval e valorizou-se a cultura popular.


 


A Lei 5.036 proibi a utilização de som eletrônico acima de 70 decibéis nas ruas do Sítio Histórico. A multa para o infrator é de R$ 7 mil, podendo ser multiplicada por reincidência, e o equipamento apreendido.


 


“O que acontecia era que as pessoas se aglomeravam em torno daquele som eletrônico e dificultavam o desfile das agremiações que terminavam sem espaço para mostrar o seu trabalho”, explicou a secretária de Cultura, Márcia Souto. Ela fez parte da equipe de Luciana Santos e continua no secretariado de Renildo Calheiros.


 


“Sobre o beijo forçado, nós entendemos que as mulheres estavam sendo agredidas fisicamente, pois elas estavam praticando um ato que elas não queriam. Não é que a seja proibido as pessoas ouvirem o seu som ou beijar no carnaval. Só não queremos que ocorram excessos para que a festa possa acontecer com alegria e tranqüilidade”, acrescentou Márcia Souto.


 


O incentivo à cultura popular…
Afastados alguns problemas de ordem estrutural, a Prefeitura voltou seus olhos para os artistas populares. Aquelas pessoas que dão ao carnaval de Olinda uma característica tão singular.


 


Os blocos, troças e agremiações passaram a receber uma ajuda de custo antes da folia para ajudar na alimentação e o pagamento das orquestras contratadas para seguir os grupos. A Prefeitura ainda escala músicos para ficaram em pontos estratégicos da cidade, como a praça Monsenhor Fabrício, em frente ao Palácio dos Governadores, tocando frevos e marchinhas nos intervalos dos desfiles.


 


A novidade nos últimos anos e que vem agradando a população é o Passodromo. Uma passarela onde as agremiações podem desfilar para o público, além de percorrer as ruas do Sítio Histórico. Este ano, o Passodromo foi montado na rua Sigismundo Gonçalves, em frente ao Colégio São Bento.


 


Saúde e Segurança…
Na semana passada, em coletiva à imprensa, o prefeito Renildo Calheiros (sucessor de Luciana Santos) anunciou as ações para o carnaval 2009. O foco está nas áreas de Segurança e Saúde. “Queremos fazer uma festa em que as pessoas possam vir, brincar e voltar para as suas casas tranquilamente com aquela sensação de querer voltar no dia seguinte. Sabendo que aqui, ela vai poder curtir o verdadeiro carnaval de rua”, disse o prefeito.


 


Segundo o governante, os 190 guardas municipais receberão o apoio de 1.100 policiais militares que, juntos, trabalharão para evitar tumultos e brigas. Mais de 20 câmeras de vigilância farão o monitoramento e a gravação de toda a festa.


 


Na Saúde, cinco unidades do SAMU estarão em lugares estratégicos para atendimentos de urgência e deslocar o paciente para alguma unidade de saúde ou hospital mais próximo dependendo da necessidade. Os postos de saúde de Olinda armarão um esquema de plantão e estarão abertos desta sexta-feira (20) até a terça-feira (24).


 


Uma outra novidade é o disk-carnaval. Uma central telefônica para onde o folião pode ligar e saber outras informações sobre a folia de Momo, como a programação do carnaval, os serviços oferecidos e o acesso à festa. O número é 3483-2009.


 


Com tantos atrativos e a certeza de que se pode brincar um carnaval seguro, agora, é só vestir a sua fantasia e vir para Olinda!


 


Do Recife,
Daniel Vilarouca