Conselho Mundial da Paz encerra conferência sobre Otan

A presidente do Conselho Mundial da Paz, Socorro Gomes, participou da conferência inaugural. A atividade teve como finalidade fazer uma discussão sobre as distintas formas de neocolonialismo existentes na atualidade. Para Roque, a reativação da Quarta Frota faz parte da estratégia de militarizar as relações internacionais.  “A Quarta Frota é parte indireta da Otan”, afirmou.

O encontro também contou com a presença de centenas de argentinos e representantes do Brasil, Cuba, Equador, Espanha, Uruguai, México e Peru.
O participante equatoriano Luis Angél Saavreda falou da luta para expulsar os EUA da Base de Manta. Saavreda informou que os norte-amerticanos têm até o mês de novembro para sair do país, mas que o mais provável é que saiam antes, pois “não querem demonstrar que foram expulsos”.

O equatoriano afirmou ainda que, no processo de construção da constituição cidadã, o movimento contra as bases conseguiu aprovar um artigo que declara o Equador como um território de paz, livre de bases e tropas estrangeiras.

“Dentro de poucos dias, quando as potências imperialistas euro-atlânticas comemorarem o sexagésimo aniversário de criação da Otan, anunciarão o novo conceito estratégico, que consistirá na ampliação dessa aliança agressiva na continuidade de sua expansão para o Leste, e na intensificação da cooperação entre as iniciativas militares da União Européia e da própria Otan. É a reafirmação de  seu caráter militarista e imperial”, afirma Socorro Gomes, presidente do Conselho Mundial da Paz.

Socorro recordou que “a aliança militar vê a América Latina como uma região estratégica”. Segundo ela, a Otan busca formas de se fazer  presente na região há muito tempo. Ela cita como exemplo a aproximação da Argentina de Carlos Menem com a Otan nos anos 1990, que proporcionou a este país o titulo de “Aliado Extra da Otan”.

Recentemente, a Otan começou a buscar estabelecer parcerias com o governo do presidente Álvaro Uribe, que há poucos dias anunciou que enviará tropas para a guerra do Afeganistão.

Socorro recordou ainda que a reativação da Quarta Frota está “prestes a completar um ano (no mês de julho) em águas do continente. Trata-se de mais um artifício dos EUA dirigido a intimidar o processo político de mudanças em curso na região, além de se posicionar estrategicamente perante nossas riquezas.”

Para ela, é muito provável que a Quarta Frota não seja muito divulgada na mídia nos próximos meses ou mesmo anos. Pois, segundo ela, seu objetivo inicial não é chamar a atenção, mas sim dar informações estratégicas de posicionamento e poder, além de realizar o monitoramento da região e de “aterrorizar os governos da América Latina que buscam sua independência em relação ao imperialismo estadunidense.”

Consciência da luta antiimperialista

De acordo com Socorro, em um cenário internacional repleto de incertezas e de profundas contradições, os povos do mundo devem buscar fortalecer a consciência antiimperialista, “demonstrando que é próprio da natureza do imperialismo o uso da guerra”.

“A força da unidade dos setores populares pode derrotar o imperialismo, ele não é invencível e será derrotado”, defendeu Socorro, para quem a conferência realizada em Buenos Aires é uma iniciativa que contribuirá para a atualização das análises sobre os recentes acontecimentos no cenário internacional.

“O  mundo está passando por significativas transformações que sinalizam uma transição de época. Tal fato, coloca em cheque a hegemonia do imperialismo estadunidense”, colocou Socorro.

“Aproveitamos esta oportunidade para reafirmar nossa solidariedade à luta do povo argentino pela recuperação das Ilhas Malvinas, que é parte de seu território. Não é possível que em pleno século 21 ainda existam territórios ocupados por forças colonialistas”, encerrou.

Fonte: www.cebrapaz.org.br