Estado inaugura núcleo da Secretaria de Justiça em Altamira
A governadora Ana Júlia Carepa inaugurou na manhã desta segunda-feira (23), em Altamira, um núcleo da Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos, Sejudh, que vai articular políticas públicas referentes a questões como trabalho escravo, de gênero,
Publicado 24/03/2009 14:02 | Editado 04/03/2020 16:53
De acordo com o secretário de Justiça e Direitos Humanos, Roberto Martins, o núcleo em Altamira vai atuar articulado com outras secretarias e instituições, como forma de potencializar e ampliar as ações. “Já fizemos contato, por exemplo, com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), para ajudar no combate à exploração sexual de crianças e adolescentes”, informou Roberto Martins.
“A PRF já fez um mapeamento dos principais pontos nas estradas onde estes crimes acontecem, e vamos atuar em cooperação para o combate e a punição dos culpados”.
A presidente do Movimento de Mulheres do Campo e da Cidade (MMCC), Antônia Pereira, agradeceu à governadora Ana Júlia Carepa pelas ações envolvendo os direitos humanos, e destacou o concurso público realizado para a Polícia Militar, beneficiando todo o Estado.
Antônia Pereira também chamou a atenção para os problemas enfrentados pelas comunidades ribeirinhas e indígenas, “principalmente nas questões de saúde, educação e de acesso à documentação”.
A governadora Ana Júlia Carepa comentou, orgulhosa, ser uma das fundadoras do MMCC e informou que o governo do Estado está viabilizando uma reivindicação histórica dos movimentos sociais, que é o ensino médio nas áreas indígenas.
“Este núcleo descentralizado da Sejudh vai não apenas receber as reclamações e reivindicações, mas também poderá chegar à implementação de medidas práticas para resolver questões envolvendo os direitos humanos, inclusive o combate à discriminação contra os negros e os deficientes físicos”, disse Ana Júlia Carepa.
“Hoje, a maioria dos municípios do interior paraense ainda não dispõe de estrutura para abrigar, por exemplo, menores infratores. Muitas vezes, um adolescente pratica um crime leve, e, por falta de estrutura, o juiz manda-o de volta a casa sem maiores ações, sem acompanhamento familiar, sem ações sociais de apoio. Aí, o adolescente acaba praticando outros delitos, talvez mais graves, como tráfico de drogas, e então é recolhido e privado da liberdade. Precisamos atuar nas causas da questão, como a desagregação familiar, porque a recuperação tardia de um menor infrator é muito difícil, daí a necessidade de investir na prevenção”.
Ana Júlia Carepa reforçou a necessidade de se formar uma rede de proteção social, que envolva educação, saúde e geração de emprego, e destacou a participação dos movimentos sociais na implantação do núcleo da Sejudh em Altamira.