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Rafael Correa: não há condições para reatar com a Colômbia

O presidente do Equador, Rafael Correa, disse, nesta segunda-feira, em Assunção, no Paraguai, que as condições para a retomada das relações bilaterais com a Colômbia “ainda não estão dadas”.

Segundo o presidente, seu país sofreu uma “agressão de forma totalmente traiçoeira e arteira por parte do governo colombiano”. Correa se referiu ao incidente diplomático de 1º de março de 2008, quando a Colômbia atacou um acampamento das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) em território equatoriano.

“Se o Paraguai fosse bombardeado pelo Uruguai, ou Brasil, ou Argentina, as relações bilaterais teriam sido rompidas até o recebimento de satisfações pelo caso”, citou como exemplo o presidente.

Em visita de dois dias ao Paraguai, iniciada ontem, Correa ressaltou que, “apesar do nosso espírito integrador, não podemos tolerar atitudes desta natureza”.

Ele assegurou que, segundo os relatórios das forças aéreas equatorianas, as bombas lançadas pela Colômbia eram de origem norte-americana e que os “aviões colombianos não poderiam lançá-las”. A informação completa foi solicitada à Colômbia, mas “não houve uma resposta”.

“O presidente (Álvaro) Uribe se comprometeu (a dá-la) em Santo Domingo, durante a Cúpula do Grupo do Rio (em março do ano passado), mas nada disso foi feito, não houve explicações pelo ataque”, disse o presidente.

“Enquanto este requisito, estabelecido desde o começo pelo Equador para poder retomar as relações, não for cumprido, simplesmente tais relações não poderão ser retomadas”, explicou.

O presidente também se queixou porque, na sua opinião, existe uma campanha internacional que vincula o governo equatoriano à guerrilha das Farc.
Além disso, segundo Correa, funcionários colombianos “se acreditam” no direito de perseguir “terroristas”, doutrina que “pertence ao ex-presidente (dos Estados Unidos) George W. Bush”.

“E o presidente (Barack) Obama não concorda com essa doutrina, mas ela ainda é exercida por certos líderes na região e lamentavelmente na Colômbia”, disse Correa.
Por último, o presidente pediu a tomada de decisões para que “nunca mais volte a ocorrer um fato similar entre países latino-americanos”.

Fonte: Ansa