Sem categoria

Thaksin chama povo tailandês a depor o governo

O ex-primeiro-ministro tailandês Thaksin Shinawatra, afastado pelo golpe de 2006, convocou o povo a derrubar o governo depois que este impôs o estado de emergência em Bangkok, e em meio protestos generalizados. Quando ele fez o chamamento, militares armad

Thaksin disse: ''As tropas que já estão nas ruas podem se unir aos ''Camisas Vermelhas'' e nos ajudarem a obter a democracia para o povo''.

''Vamos fazer história''

''Este é um momento de ouro. Vamos fazer história e não haverá mais golpes na Tailândia. Temos de ajudar a alcançar a democracia para todos nós'', agregou.

Thaksin, que foi afastado por um golpe em 2006 e asilou-se em Londres, disse ainda que pode retornar à Tailândia e voltar à política, se o governo se mover para esmagar os protestos da oposição.

''Perderam o controle''

Tony Cheng, correspondente da rede de TV árabe Al Jazira em Bangkok, afirmou: ''É um grande constrangimento para a Tailândia. Eles [o governo] parecem completamente impotentes para conter [os protestos].''

''As pessoas se perguntam se o primeiro-ministro realmente tem o comando das forças armadas. Ele parece ter perdido o controle sobre a polícia'', disse Cheng. ''Nós assistimos [policiais vestindo camisetas vermelhas e vindo se juntar às manifestações'', agregou, embora afirmando que ''a situação parece ter se acalmado consideravelmente esta noite.''

Líderes dos protestos disseram à Al Jazira que eles iam continuar, exigindo a demissão do atual primeiro ministro, Abhisit Vejjajiva.

''Governo Ilegítimo''

''Não  contestamos a declaração do estado de emergência – o que contestamos é a sua [do governo] existência desde o início'', disse ao correspondente Jakrapob Penkair, um dos líderes da oposicionista Frente Unida pela Democracia.

''Vemos o governo, em última análise, como ilegítimo e ilegal … hoje o Estado de direito foi posto em dúvida, em questão, de modo que as pessoas devem decidir por si mesmas como proceder com isso'', agregou Penkair.

Em um discurso televisionado, Abhisit proclamou o estado de emergência, proibindo ajuntamentos de mais de cinco pessoas, vetando notícias de que o governo considere ameaçadoras para a ordem pública e permitindo o uso de tropas militares para reprimir os tumultos.

''O governo desde o início tem tentado evitar a violência, mas os protestos se desenvolveram e recorreram a ações incompatíveis com a Constituição'', disse o governante. Depois do anúncio feito por Abhisit, o governo enviou tanques para as ruas da cidade.

O Exército, Marinha e Força Aérea também foram mobilizados para fazer a segurança de prédios públicos e entroncamentos de transportes em 50 pontos de Bangkok, disse o coronel Sunsern Kaewkumnerd à agência de notícias AFP.

A cúpula abandonada
 
Esta foi a terceira vez em oito meses que o estado de emergência foi imposto na Tailândia.

Anteriormente, manifestantes oposicionistas se concentraram diante da sede da polícia da capital e formaram multidões cercando a Casa de Governo, onde fica o gabinete do primeiro ministro.

O major-general Suporn Phansua,  porta-voz da Polícia Metropolitana de Bangkok, afirmou que manifestantes chegaram a se apoderar de tanques e veículos blindados.

No sábado (11), delegados da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean) e da China, Japão, Coreia do Sul, Índia, Austrália e Nova Zelândia, tiveram que ser retirados em helicópteros de Bangkok, onde ocorreria uma reunião de cúpula, depois que manifestantes invadiram o local do encontro.

O colapso da cúpula – o maior encontro internacional desde a Cúopula do G20 em Londres, no início deste mês – aumentou a pressão sobre Abhisit. Este tinha prometido que seu governo superaria os anos de turbulência política desde que Thaksin foi retirado do poder .

Simpatizantes de Thaksin alegam que Abhisit, cuja coligação governamental chegou ao poder há quatro meses, tornou-se primeiro ministro através de uma manobra parlamentar tilegítima tramada pelo exército.

Nos últimos oito meses, quatro primeiros-ministros tentaram em vão resolver o abismo político quer divide a Tailândia, com os militares e a elite patronal confrontando a maioria campoinesa da população, fiel a Thaksin.

Com informações da Al Jazira