Dilma: mudança na Petrobras “não está em cogitação”
A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, afirmou que “não está em cogitação” no governo a mudança na diretoria da Petrobras. Ao voltar ao trabalho em Brasília, nesta sexta-feira (22), vinda de São Paulo onde ficou em tratamento de saúde, ela expres
Publicado 22/05/2009 19:24
Dilma questionou a veracidade da versão, insistentemente veiculada na imprensa, de que o PMDB reivindica nos bastidores o cargo de Estrella. “Isso não está em cogitação. Que eu tenha conhecimento, não. Não há, até agora, por parte do governo, isso. Nem sinal de alguém pedir isso para nós”, disse a ministra em coletiva, ao chegar ao seu gabinete Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em Brasília.
“Meu apoio é irrestrito”
Dilma tomou a iniciativa de comentar a versão. E foi particularmente incisiva:
“Saiu a notícia, inclusive, de que eu era a favor (da saída). Eu acho o diretor Estrella um dos melhores da Petrobras. É um homem íntegro, técnico competentíssimo, um geólogo de primeira. É o responsável por essa determinação pelo pré-sal e, além disso, é um homem que a gente tem de honrar pelo tempo de trabalho, pela integridade e pela verticalidade dele. O meu apoio ao diretor Estrella é irrestrito. Não há a menor hipótese. Não está em questão essa discussão para nós”, enfatizou.
No organograma do governo federal, a Petrobras está vinculada à Casa Civil, sob comando de Dilma. Na coletiva a ministra também defendeu a empresa, alvo de uma CPI recém-criada pela oposição no Senado.
“A Petrobras é uma empresa com nível de contabilidade dos mais apurados do mundo. Caso contrário, os investidores não a procurariam como sendo um dos grandes objetos de investimento. Investidor não investe em caixa-preta”, avaliou Dilma.
“Agora é correr atrás da bola”
A ministra, e candidata do presidente Lula à Presidência em 2010, retornou a Brasília vinda de São Paulo, onde estava desde a noite de segunda-feira, tratando de efeitos colaterais da quimioterapia que está fazendo. Mostrando bom humor, ela disse que as dores que sentiu nas pernas não decorreram do excesso de trabalho e que “agora é correr atrás da bola”.
“O que eu tive não decorre de trabalho. Eu podia estar deitada na praia, tomando água de coco e teria a mesma coisa”, ressaltou. “Tem um período que não posso viajar, não por cansaço ou por qualquer outra característica. É porque diminui a minha resistência. Nesse período eu vou evitar contato com multidão. (O período de afastamento) é muito pequeno, são seis dias, agora no meu caso já identificados. Cada pessoa tem um jeito”, explicou.
“Uma doença chatérrima”
“Na hora da dor, toda descida é subida. Se você está bem fazer o quê? Se você está mal…”, declarou a ministra. “Essa é uma doença chatérrima. Boa ela não é, mas ela é tratável, não é uma sentença”, disse ainda Dilma Rousseff. “Eu não sou diferente de ninguém, pessoas que vocês até conhecem bem, que fazem programas diários de televisão”, comentou.
Perguntada se há um plano B para a candidatura à presidência caso não possa vir a participar da campanha, Dilma voltou a dizer que não fala do assunto “nem amarrada”. A coletiva não repercutiu os resultados da pesquisa encomendada pelo PT ao Vox Populi, em que ela sobe para 19% a 25% das preferências para presidente da República.
Da redação, com agências