FMI não deve se intrometer em políticas internas, diz Lula
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou, em Istambul, o Fundo Monetário Internacional (FMI) por tentar marcar as diretrizes da economia de diversos Estados e afirmou, nesse sentido, que o Brasil conseguiu ser independente. Segundo o presidente, o
Publicado 22/05/2009 13:07
“Não há problema em que o FMI conceda empréstimos, o que não deveria fazer é se intrometer nas políticas internas dos países aos quais empresta”, afirmou Lula, durante uma entrevista concedida à rede NTV da Turquia, onde se encontra em visita oficial. Perguntado pela experiência brasileira com o FMI, Lula disse que, quando seu governo decidiu cancelar sua dívida devolvendo os empréstimos concedidos, primeiro se deparou com a incredulidade e certa rejeição da instituição financeira, mas depois o exemplo foi seguido por outros países.
“O Brasil aprendeu a ser um país independente. Não estamos subordinados a nenhum país, nem queremos enfrentamentos, só queremos tratar com os outros Estados de igual para igual”, disse o presidente. Por isso, Lula acrescentou que mantém grandes expectativas no novo presidente americano, Barack Obama, e em que ele seja capaz de mudar a “relação imperial” dos Estados Unidos com a América Latina.
Potencial
No entanto, o presidente brasileiro disse que, embora proceda das fileiras ideológicas do socialismo, prefere se definir como um “pragmático”, antes de socialista. “Um presidente não pode ser radical, porque deve governar para todos os brasileiros”, acrescentou.
Lula disse também que, em seus pouco mais de seis anos de governo, foram criados 10 milhões de postos de trabalho no Brasil e 20 milhões de pessoas pobres passaram a fazer parte da “classe média”, graças à melhoria das condições de vida, entre outras conquistas. Segundo Lula, países como Brasil, Turquia, China e Índia, todos eles membros do Grupo dos Vinte (G-20, os países mais ricos e os principais “emergentes”), têm “um grande potencial”, mas devem se preocupar com o desenvolvimento social.
Com agências