Coser não será candidato e apóia a Ferraço no ES
João Coser (PT), prefeito de Vitória capital do ES, anunciou na imprensa local em caráter oficial, que não será candidato ao governo do estado do ES em 2010. Afirmou que fará de tudo para ajudar a candidatura do vice-governador, Ricardo Ferraço (
Publicado 24/06/2009 12:58 | Editado 04/03/2020 16:42
Coser justificou que no plano nacional toda a atenção do PT está na précandidatura de Dilma. Assim a prioridade do partido é fortalecer a aliança com o PMDB, como destacaram todos os líderes nacionais que estiveram em Vitória este ano. A contrapartida, no Estado, seria o apoio do PT à candidatura de Ricardo Ferraço. Segundo Coser, o próprio presidente Lula (PT) pediu a ele e a Hartung que caminhassem juntos na eleição local.
No plano estadual, Coser ressaltou a importância de dar continuidade ao atual projeto de governo, em que o PT está inserido há seis anos por intermédio dele; no plano municipal, o prefeito disse que, pelas consultas que promoveu, a população de Vitória o apoiaria se fosse candidato, mas não gostaria que ele deixasse a administração. ''Sempre disse que gostaria de concluir o meu mandato e só deixaria a prefeitura numa condição de quase governador'', justificou.
Prestígio
Somando esses fatores, Coser disse que decidiu disponibilizar seu prestígio político para ajudar a construir a candidatura de Ricardo dentro e fora do PT. ''Serei não só um eleitor, mas um articulador''. Essa articulação passará, inclusive, pelo diálogo com o senador Renato Casagrande (PSB) – outro pré-candidato oriundo do mesmo bloco político -, com o intuito de garantir que ele se filie ao projeto encabeçado por Ricardo.
''Eu havia colocado meu nome à disposição se o governador precisasse e se eu tivesse o aval dele e de Lula para continuar esse projeto estadual. Como Hartung identificou um candidato no próprio PMDB, vou trabalhar para que o nome dele seja fortalecido'', emendou o prefeito, frisando que fala por si, e não pelo PT. Para tomar a decisão, consolidada na última semana e comunicada ao partido quinta-feira, o petista conversou com dirigentes regionais, nacionais e lideranças de outros partidos.
Coser reconhece que o anúncio vai reorientar os cenários eleitorais e deflagrará um novo ciclo de debates, especialmente dentro do próprio PT. Ao mesmo tempo em que João Coser anunciava, em Vitória, a decisão de não ser candidato e articular o projeto em torno de Ricardo Ferraço, o senador Renato Casagrande era lançado oficialmente pelo presidente regional do PSB, Luiz Carlos Ciciliotti, como pré-candidato da legenda a governador do Estado. Confirmado pelo dirigente, o lançamento se deu no seminário realizado pelo PSB em Colatina.
''A decisão está amadurecida. O partido sempre quis ter candidato. A executiva regional fez ontem (sexta-feira) uma reunião com o senador e perguntamos se poderíamos intensificar as conversas com os outros partidos e segmentos da sociedade sobre a sua candidatura. E ele se colocou à disposição'', contou Ciciliotti. O senador não se pronunciou sobre o assunto no evento, mas comentou o lançamento com a reportagem: ''Não sei se sou candidato. Esse é um problema que o PSB está discutindo. Enquanto isso, o partido tem que se movimentar.'' Sobre a decisão de Coser, o senador considera precipitado o anúncio feito um ano antes da campanha, mas disse respeitar a posição. ''É uma avaliação que cabe a ele. Compreendo a dificuldade dele de se manter como pré-candidato porque está na prefeitura.'' Para o socialista, o apoio de Coser a Ricardo não atrapalha em nada o projeto do PSB, e as conversas institucionais com o PT estão mantidas.
Reação petista – Iriny vê decisão com 'pesar'
Segundo o presidente estadual do PT, deputado Givaldo Vieira, o partido respeita a decisão de Coser, por compreender os limites e responsabilidades dele como prefeito, apesar da frustração inicial da direção e da militância. Já a deputada federal Iriny Lopes (PT), que se define como ''a mais ardorosa defensora da candidatura de Coser'', disse ver a decisão com pesar. Para ela, o projeto representado por Ricardo não retrata com fidelidade o projeto do PT para o Estado. ''Há diferenças de visão sobre desenvolvimento regional, prioridades de investimentos, que já estavam postas nos dois mandatos de Hartung''.
Pesquisa
Segundo o sítio Século Diário, “o que produziu a renúncia do prefeito de Vitória, João Coser (PT), à candidatura ao governo do Estado e o apoio dele ao vice-governador Ricardo Ferraço (PMDB) foi uma pesquisa em poder do governo do Estado. O documento mostrou que, na ausência dele no pleito, os votos que receberia iriam todos, integralmente, para o candidato do PSB, senador Renato Casagrande (foto). Motivo de o governo ter tirado o petista, em tempo hábil, e com espaço necessário para recuperar os votos e levá-los para Ferraço, a quase um ano e meio das eleições. Como Coser não dorme de touca e o governo só produz atos de esperteza, só haverá uma saída, no caso de o prefeito não conseguir transferir esses votos: fazê-lo candidato no lugar de Ferraço, o que seria uma medida extrema. O que eles guardam mesmo para o petista é a cabeça da fila para suceder Ferraço no próximo governo, em 2014”.
Fonte sítio da Gazeta on line e Século Diário.