Conferência de Comunicação: PCdoB convoca militância para o debate

A construção efetiva de uma Rede Pública de Comunicação, diferenciando o que é comunicação pública da comunicação do Governo; a elaboração de novos critérios para a política de concessão pública de radio e tv e com controle social; novos critérios de

''O movimento popular não tem grandes discordâncias para a Conferência Nacional de Comunicação e o PCdoB propõe a unidade do movimento popular e parlamentares em torno de uma plataforma construida com a participação de amplas forças políticas porque a disputa será grande com os interesses da grande mídia conservadora'', destacou a secretária estadual de Comunicação do partido, Julieta Palmeira, durante a plenária na tarde de terça-feira (14/08), no auditório do Sindicato dos Bancários. “Essa reunião é pioneira porque participam juntos, pela primeira vez, especialistas que atuam na área de comunicação e militantes do partido que atuam no movimento social em várias áreas”. O evento agregou jornalistas, publicitários, fotógrafos, secretários municipais de comunicação, representantes de 25 sindicatos e dirigentes municipais do partido de Salvador e Região Metropolitana, além do Recôncavo, a exemplo de Simões Filho, Candeias, Camaçari e Cruz da Almas.



Julieta Palmeira ressaltou que o estado é líder em mídia monopolizada e em concessões públicas para rede privada vinculadas a interesses políticos, citando como exemplo o grande número de concessões a aliados do grupo carlista durante a época em que ACM foi ministro das Comunicações. A secretária estadual de Comunicação lembrou o fatídico episódio de 16 de maio de 2001, quando a PM baiana invadiu o campus da Universidade Federal e agrediu estudantes sob ordens do então governador César Borges, ligado ao carlismo. Na época, a TV Bahia, retransmissora da Globo e de propriedade da família de ACM, não transmitiu o ocorrido, obrigando a Rede Globo Nacional, pelo impacto do fato nos outros veículos, a recorrer às imagens gravadas pelo Sindicato dos Bancários da Bahia.


 


A manipulação quando das eleições de 1989, quando Lula disputava a presidência contra Fernando Collor e, mais recentemente, as acusações em tom de certeza, mesmo que sem provas, contra o cantor Michael Jackson também foram apontados como exemplos da ditadura midiática que precisam ser combatidos. “É preciso entender a comunicação como um direito humano, que carece de mecanismos de controle social”, reforçou a secretária estadual de comunicação do PCdoB.


 


Militância pela democratização da mídia


Entre os objetivos da plenária está a atuação no movimento social dos militantes do PCdoB em torno da bandeira de democratização da mídia, luta que não está restrita a militantes do setor de comunicação. Julieta Palmeira destacou que um partido político que disputa a hegemonia não pode prescindir de lutar pela democratização da midia. '' Está também enganado o dirigente do movimento popular que pensa que isso não tem nada a ver com ele ou com ela e lembrou que a luta pela democratização da mídida está entre as reformas democráticas defendidas pelo PCdoB, ao lado da reforma politica, agraria, tributárira, educacional'', enfatizou Aurino Pedreira, dirigente do Sindicato dos Metalúrgicos e secretário estadual sindical do PCdoB que participou da mesa que dirigiu os trabalhos, ao lado de Adilson Araújo, presidente da CTB-BA e de Kardé Mourão, presidente do Sindicato dos Jornalistas.        
 



1ª Conferência de Comunicação


Na pauta de discussões, figurou também a preparação da 1ª Conferência Nacional de Comunicação. Recentemente, o Ministério das Comunicações anunciou redução de R$ 13 milhões para R$ 1,5 mi no orçamento destinado à realização do evento. A comissão organizadora nacional, que só foi convocada em junho, ainda não definiu o Regimento Interno da Conferência , deixando indefinida por exemplo, a quantidade de delegados por estado. Mas o início efetivo da fase preparatória, está previsto para agosto, com a convocação das etapas municipais em todo o país. “A tarefa do PCdoB é participar com força da fase de preparação. A batalha será dura com os empresários de comunicação vinculados à grande midia conservadora”, convocou Julieta Palmeira.


 


No próximo dia 3, em Salvador, haverá reunião da comissão do movimento social pró-Conferência, às 16h, no Convento da Lapa. No dia 4, ainda a confirmar, está prevista uma grande plenária dos movimentos sociais para discutir a Conferência de Comunicação na Bahia.



De Salvador,


Camila Jasmin