Profissionais da saúde têm curso sobre nova gripe

É a vez de o Interior receber orientações sobre a Influenza A. Profissionais são orientados para diagnosticar a gripe

Enquanto nenhum caso de Influenza A é encontrado no interior do Ceará, profissionais de saúde começam a receber uma série de treinamentos para o diagnóstico da nova gripe. A estratégia da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa) é tentar retardar ao máximo possível a entrada do vírus H1N1 nas cidades do Interior e capacitar médicos das unidades básicas para o diagnóstico da Influenza A. “Estamos aproveitando para nivelar as informações sobre a nova gripe”, garante o secretário adjunto da Sesa, Arruda Bastos.


 


Ao total, mais de 800 profissionais já passaram por capacitação, sendo a maioria de Fortaleza. “Agora é a vez dos profissionais do Interior ficarem em alerta para o diagnóstico do caso. É preciso ficar atento sobre o diagnóstico precoce, os grupos de risco e a banalização dos sintomas. O momento é de orientação”, completa Bastos. Ontem, profissionais de saúde das regiões de Maracanaú, Baturité, Canindé e Aracati se reuniram em Fortaleza para receber informações atualizadas sobre a nova doença. A agenda de treinamentos segue nos dias 27 e 28 de julho.


 


De acordo com o último boletim divulgado pela Sesa, são 23 casos confirmados da nova gripe, sendo todos registrados em Fortaleza. Apenas um caso de Influenza A está sendo investigado em Sobral, na região Norte. A previsão é que o resultado seja divulgado hoje. Arruda Bastos explica que a situação do Ceará é confortável em relação aos outros estados. “Somos o sétimo estado que recebe mais visitas internacionais e o segundo em visitas nacionais. Conseguimos adiar a entrada do vírus, mas com o período das férias a situação pode mudar”, afirma.


 


Cerca de 99,6% dos casos de Influenza A são leves e moderados, evoluem para a cura sem precisar de internamento hospitalar. As suspeitas de Influenza A em grupos de risco ou com sintomas mais graves devem ser direcionados para a Capital. Segundo o secretário adjunto da Sesa, os hospitais de referência para o tratamento da doença continuam sendo apenas o São José e o Albert Sabin, ambos em Fortaleza. “Até agora não existe necessidade de ampliar o número de hospitais, mas se aumentar a demanda novas unidades serão credenciadas.”


 


Profissionais da saúde do interior do Estado devem ficar em alerta sobre um possível surto da doença. A preocupação é com o número de unidades básicas e médicos capacitados para realizar o diagnóstico preciso da Influenza A. A enfermeira e coordenadora de Epidemiologia de Canindé, Rafaela Paz, está preocupada com a entrada do vírus no Interior e a proximidade de grandes eventos.


 


Serviço


 


Dia 27 de julho, às 8 horas, no hotel Mareiro, na avenida Beira Mar. Capacitação para os profissionais da saúde das microrregiões de Itapipoca, Russas, Limoeiro do Norte, Tauá, Icó e Iguatu.


 


Dia 28 de julho, às 8 horas, no auditório do Hospital e Maternidade São Vicente de Paula, em Barbalha, no Cariri. Capacitação para os profissionais da saúde das microrregiões de Juazeiro do Norte, Crato e Brejo Santo.


 



Tira-dúvidas


 


Quais os principais sintomas da influenza A?


 


Febre alta repentina, maior que 38° e tosse, acompanhadas ou não de dor de cabeça, musculares, nas articulações ou dificuldade respiratória. Esses sintomas surgem em até 10 dias após a pessoa sair de uma região afetada pela Influenza A ou após ter contato próximo com uma pessoa com suspeita ou confirmação de infecção por Influenza A.


 


Como posso me prevenir da Influenza A?


 


Especialistas recomendam que todos cubram a boca e o nariz com lenço descartável ao tossir ou espirrar. É importante lavar bem as mãos frequentemente com água e sabão, especialmente depois de tossir ou espirrar. Uma alternativa é usar produtos antissépticos à base de álcool para limpar as mãos. Evite tocar os olhos, boca e nariz, porque os germes se espalham desse modo. Não compartilhe objetos de uso pessoal, como copos, pratos e talheres.


 


Existe diferença entre a gripe comum e a Influenza A?


 


Não. Assim como a gripe comum, a maioria dos casos de Influenza A apresenta quadro clínico leve e quase 100% evoluem para a cura. A taxa de letalidade média, nas duas situações, é de 0,4%. As duas gripes apresentam como sintoma febre repentina, tosse, dor de cabeça, dores musculares, dores nas articulações e coriza. Toda a mobilização em torno da nova gripe se justifica porque ainda não há pesquisas científicas definitivas sobre as características do vírus H1N1.


 


O que indica agravamento do quadro clínico?


 


Frequência respiratória superior a 25 respirações por minuto, dores no peito, pressão baixa, dedos das mãos e dos pés arroxeados, confusão mental e sinais de desidratação.


 


Quem está no grupo de risco?


 


Idosos acima de 60 anos, crianças menores de dois anos, gestantes, pessoas com deficiência imunológica (pacientes com câncer, em tratamento para aids ou em uso regular de corticosteróides), hemoglobinopatias (doenças provocadas por alterações da hemoglobina, como a anemia falciforme), diabetes, doença cardíaca, pulmonar ou renal crônica e obesidade mórbida.


 


Onde podemos encontrar o vírus no ambiente?


 


Quando uma pessoa portadora espirra ou tosse, o vírus pode ficar nas superfícies lisas como maçanetas, dinheiro, papel, documentos, sempre que houver umidade. Já que não será esterilizado o ambiente se recomenda extremar a higiene das mãos. O vírus H1N1 pode ficar alojado até 24 horas no ambiente.


 


Há uma vacina que possa proteger a população humana contra essa doença?
Ainda não. Testes ainda estão sendo realizados em todo o mundo.