Brasil e China discutem combate a pobreza
Os programas sociais e as políticas de combate à pobreza no Brasil e na China serão temas das palestras do seminário “China-Brasil: Compartilhando Experiências em Proteção Social”, que será realizado na próxima segunda-feira (24) em Brasília. O evento, que tem como participantes autoridades dos dois países, é aberto ao público.
Publicado 21/08/2009 14:43
Representantes do governo chinês vão falar sobre estratégias de redução da pobreza na China, o país onde o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) mais cresce no mundo e que, nos últimos anos, mostra um ritmo de crescimento econômico intenso.
Entre 1990 e 2005 a proporção de chineses que viviam com menos de um dólar por dia caiu dramaticamente, de 60% para 16%, segundo a ONU (Organização das Nações Unidas). No mesmo período, o índice brasileiro caiu de 15% para 7,8%.
Em relação ao progresso dos outros países, a China também se sai bem. Embora ela esteja na 104ª posição entre todos os países no ranking de PIB per capita, a China figura na 94ª posição no IDH. O que significa que o país consegue fazer a sua riqueza se transformar em desenvolvimento humano para a população de forma mais eficiente do que outros.
O diretor do Escritório para o Alívio da Pobreza e Desenvolvimento da Região Autônoma da Mongólia Interior, Cui Guozhu, falará sobre os programas nas áreas rurais, um dos destaques da China. O funcionamento de programas brasileiros, como o Bolsa Família, será explicado pelo diretor de Estudos Sociais do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), Jorge Abrahão.
Troca de experiências
Além de participar do seminário, a delegação chinesa que vem ao Brasil para o evento, passará mais dois dias no país em reuniões com ministros. Na agenda estão encontros com o ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, e com o ministro interino da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, Daniel Barcelos Vargas.
A missão não tem o objetivo de promover nenhum acordo oficial entre os dois países, mas servirá para que os dois governos estudem as políticas um do outro, afirma Francisco Filho, assessor de comunicação do IPC-IG. “É uma missão de aprendizado, de troca de experiências, que busca colocar a área social no contexto das relações entre Brasil e China, que vêm crescendo”, destaca.
Os eventos são parte de um acordo recém-firmado entre o IPC-IG (Centro Internacional de Políticas para o Crescimento Inclusivo), órgão do PNUD (rporgama das Nações Unidas para o Desenvolvimento) e o Centro Internacional para a Redução da Pobreza (IPRCC), uma instituição de pesquisa do governo chinês.
Ainda este ano, a parceria deve promover a ida de brasileiros à China e eventos conjuntos dos dois países para capacitação de pesquisadores na área de proteção social e redução da pobreza.
Fonte: PNUD Brasil