Relatório pede fim da impunidade de Israel por crimes em Gaza
Documento indica que as forças de ocupação israelenses e alguns rebeldes palestinos foram responsáveis por ações que podem representar crimes de guerra e contra a humanidade; chefe da missão da ONU, juiz Goldstone, pediu envio do relatório ao Conselho de Segurança.
Publicado 30/09/2009 18:09
O chefe da Missão de Inquérito da ONU sobre a agressão israelense contra a Faixa de Gaza, o juiz Richard Goldstone, pediu à comunidade internacional para acabar com a impunidade para as violações da lei internacional em Israel e nos Territórios Ocupados da Palestina.
Goldstone apresentou nesta terça-feira o relatório da missão ao Conselho de Direitos Humanos, em Genebra, na Suíça, após uma investigação que durou três meses.
Lei Humanitária
O documento conclui que graves violações à lei humanitária e aos direitos humanos internacionais foram cometidos por Israel na sua agressão desmesurada contra a Faixa de Gaza, realizada entre 27 de dezembro de 2008 e 18 de janeiro deste ano. A missão indica que algumas dessas ações representam crimes de guerra e possivelmente crimes contra a humanidade.
O relatório também afirma existirem provas de que rebeldes palestinos cometeram crimes semelhantes.
Ao apresentar o relatório ao Conselho de Direitos Humanos, Goldstone pediu aos 47 países membros do órgão para implementarem uma série de propostas, incluindo o envio do documento ao Conselho de Segurança da ONU.
Ele disse que tal medida é justificada pelo fato de Israel ou as autoridades palestinas não terem realizado, até agora, qualquer investigação às violações.
Recomendações
Na sua resposta, Israel disse que a missão da ONU "não se preocupou muito" com a descoberta de fatos nem fez qualquer referência ao "direito" de auto-defesa do país.
A autoridade palestina elogiou a objetividade do documento e pediu a implementação das suas principais recomendações.
Os tutores de Israel, os Estados Unidos, que aderiram este ano ao Conselho, também criticaram alguns elementos do relatório. O representante americano acusou o órgão de prestar uma atenção "desproporcional" a Israel.
Com informações da Rádio das Nações Unidas