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Relatório pede fim da impunidade de Israel por crimes em Gaza

Documento indica que as forças de ocupação israelenses e alguns rebeldes palestinos foram responsáveis por ações que podem representar crimes de guerra e contra a humanidade; chefe da missão da ONU, juiz Goldstone, pediu envio do relatório ao Conselho de Segurança.

O chefe da Missão de Inquérito da ONU sobre a agressão israelense contra a Faixa de Gaza, o juiz Richard Goldstone, pediu à comunidade internacional para acabar com a impunidade para as violações da lei internacional em Israel e nos Territórios Ocupados da Palestina.

Goldstone apresentou nesta terça-feira o relatório da missão ao Conselho de Direitos Humanos, em Genebra, na Suíça, após uma investigação que durou três meses.

Lei Humanitária

O documento conclui que graves violações à lei humanitária e aos direitos humanos internacionais foram cometidos por Israel na sua agressão desmesurada contra a Faixa de Gaza, realizada entre 27 de dezembro de 2008 e 18 de janeiro deste ano. A missão indica que algumas dessas ações representam crimes de guerra e possivelmente crimes contra a humanidade.

O relatório também afirma existirem provas de que rebeldes palestinos cometeram crimes semelhantes.

Ao apresentar o relatório ao Conselho de Direitos Humanos, Goldstone pediu aos 47 países membros do órgão para implementarem uma série de propostas, incluindo o envio do documento ao Conselho de Segurança da ONU.

Ele disse que tal medida é justificada pelo fato de Israel ou as autoridades palestinas não terem realizado, até agora, qualquer investigação às violações.

Recomendações

Na sua resposta, Israel disse que a missão da ONU "não se preocupou muito" com a descoberta de fatos nem fez qualquer referência ao "direito" de auto-defesa do país.

A autoridade palestina elogiou a objetividade do documento e pediu a implementação das suas principais recomendações.

Os tutores de Israel, os Estados Unidos, que aderiram este ano ao Conselho, também criticaram alguns elementos do relatório. O representante americano acusou o órgão de prestar uma atenção "desproporcional" a Israel.

Com informações da Rádio das Nações Unidas