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Eduardo Galeano defende Chávez e o MST

Convidado para fazer a palestra de abertura da 5ª edição da Festa Literária Internacional de Porto de Galinhas (PE), a Fliporto, o escritor uruguaio Eduardo Galeano defendeu a existência do Movimento dos Sem Terra e o presidente venezuelano Hugo Chávez. E se disse "refém" de seu livro mais famoso, "As veias abertas da América Latina".

Falando para uma plateia aproximada de cem pessoas, Galeano disse que o trabalho vem sendo desvalorizado no mundo atual. "Sofre quem defende sua forma de sobrevivência, daí minha opinião de que os MST deveria ganhar medalhas e não represálias", afirmou.

Sobre Chávez, o escritor uruguaio defendeu a disposição do presidente venezuelano em garantir as reservas naturais de petróleo. "Isso não é comum em mandatários de países que dispõem de um manancial como esse", afirmou ele, acreditando que Chávez vem sendo bombardeado de críticas justamente por suas virtudes.

Durante um encontro de líderes em abril, em Trinidad e Tobago, Hugo Chávez presenteou o presidente americano Barack Obama com aquele que é considerado a obra-prima de Galeano, Veias Abertas da América Latina (Paz e Terra).

O livro, aliás, provoca reações distintas em seu autor. "Se me abriu as portas do mundo, tornando-me conhecido, ao mesmo tempo me tornou seu refém pois, mesmo publicado há mais de 30 anos, continuo ligado a ele. Faz parecer que parei ali", revelou Galeano. "O livro foi só o ponto de partida", disse o escritor em seu português quase perfeito.

No evento, o escritor leu trechos do recente "Espelhos", que para ele "não acaba nos limites da América Latina nem do tempo". Mas a evolução pela qual diz ter passado não é bem ideológica. "Veias Abertas tem lamentável atualidade, embora corresponda a um momento exato da história. O que mudou foi meu estilo, hoje prefiro dizer muito com pouco."

Com agências