Estudantes lotam auditório para comemorar gratuidade da UPE

Nesta segunda-feira, estudantes da Universidade de Pernambuco (UPE) encheram o auditório da Faculdade de Ciências da Administração de Pernambuco (FCAP) para comemorarem uma data histórica. Uma assinatura do governador Eduardo Campos pôs fim as taxas que eram cobradas na instituição.

Com o decreto, que começa a valer a partir de janeiro de 2010, a UPE deixa de ser a unica Universidade estadual do país que não era gratuita.

"Os estudantes, funcionários e professores sempre consideraram que a gratuidade era um dever do Estado. Com ela, nós podemos promover de fato a inclusão social", afirmou o reitor da UPE, Carlos Calado.

Após a assinatura do decreto, autoridades e líderes do movimento estudantil se pronunciaram sobre a medida. A cada intervalo entre um discurso e outro, os alunos, em sua maioria ligados a movimentos estudantis, se manifestavam comemorando a conquista. Desde sua fundação, há 18 anos, a UPE cobrava taxas dos seus alunos. As mensalidades variam entre R$ 27 e R$ 110. Entre os 15 mil alunos da instituição, 55% pagavam alguma taxa.

O Governador Eduardo Campos afirmou que gostaria de ter assinado a gratuidade desde o ano passado, mas que, diante das dívidas e da necessiadde de investimeto na área de saúde da UPE, ele adiou o plano. "É mais um passo na valorização da nossa universidade e do conhecimento", falou. Ele ainda destacou que, durante os três anos de governo, os investimentos na instituição aumentaram em 50%, passando de R$ 214 milhões anuais para R$ 315 milhões.

Os recursos para suprir a ausência das taxa virão do tesouro do Estado. O reitor da Universidade, no entanto, afirmou que a instutuição não vai se contentar apenas com ele. "A Universidade tem obrigação de buscar mais investimentos junto à órgãos como Facepe, Capes e CNPQ", defendeu.

Agora que a luta foi vencida, os estudantes da UPE já querem se mobilizar em outros sentidos. O presidente do Diretório de Estudantes, Divonaldo de Souza, acredita que é fundamental transformar o decreto em lei. Ele ainda acredita que, agora, é hora de os alunos reivindicarem mais políticas de assistência aos estudantes, para que os alunos mais carentes consigam não só entrar, mas permanecerem nos cursos. "Essa luta vai ter seu reinício agora, com a gratuidade", afirmou.

ABAIXO-ASSINADO – Na quinta-feira (10), os estudantes entregaram ao Governador e à secretária Luciana Santos um abaixo-assinado com cerca de oito mil assinaturas recolhidas entre a comunidade acadêmica da UPE, os participantes da Conferência de Educação de Pernambuco, realizada entre os dias 25 e 27 de novembro, e os parlamentares do Estado, dentre eles Luciano Moura, Nelson Pereira, Isaltino Nascimento e Tereza Leitão.

Na opinião da presidente da União dos Estudantes de Pernambuco- UEP, Virgínia Barros, a UPE é um patrimônio da população. "A gratuidade é fundamental para democratizar o acesso do povo à Universidade. A UPE tem de estar voltada para o desenvolvimento do Estado."

Fonte: Jornal do Comercio e UEP