Há um ano de agressão israelense, Gaza continua em ruínas
As ruínas de fábricas, sítios, mesquitas e escolas compõem, na Faixa de Gaza, o cenário do impacto da grande agressão imposta há um ano por Israel ao território palestino, controlado desde 2007 pelo Movimento de Resistência Islâmica (Hamas).
Publicado 26/12/2009 13:58

Um ano depois da agressão aérea e terrestre denominada "Chumbo Derretido", e conduzida pelos ocupantes de 27 de dezembro de 2008 a 18 de janeiro de 2009, sob o pretexto de "combater o lançamento de mísseis" contra seu território, não houve nenhum progresso em relação a qualquer tipo de negociação pela paz ou pelo futuro da região, a partir do lado israelense.
A líder da oposição israelense, Tzipi Livni, que na época era chanceler, chama para si a responsabilidade das decisões tomadas na agressão, pela qual foi acusada de crime de guerra por um tribunal no Reino Unido. Para Livni, a incursão militar "alcançou" o pretexto a que servia, que seria "proteger a população do sul de Israel".
Entretanto, a agressão de Israel apenas reduziu os disparos de mísseis caseiros contra si, muito porque o Hamas acabou autodeclarando uma trégua. Outro objetivo fracassado da chanceler, o de resgatar o prisioneiro de guerra Gilad Shalit, aprisionado pelo Hamas há mais de três anos, também não foi obtido com a agressão.
A agressão foi devastadora para a população e a infraestrutura de Gaza. Um hospital foi alvo da aviação ocupante e teve 6.400 leitos destruídos ou danificados, segundo a ONU. A destruição agravou o impacto do bloqueio que Israel pratica contra os palestinos e reforçado em junho de 2007, quando o Hamas manteve o poder na Faixa de Gaza após ser "deposto" na Cisjordânia.
Atualmente, vivem na estreita faixa de terra 1,5 milhão de habitantes, dos quais 85% dependem de ajuda internacional.
Israel proibiu a importação de materiais de construção, aço e cimento, tubos, vidros, alegando que esses materiais (inclusive insumos hospitalares) poderiam ser usados para construir armas. Mesmo assim, muitos materiais chegam a Gaza por meio dos túneis escavados sob a passagem de Rafah, que liga o sul do território palestino ao Egito.
Muitos moradores de Gaza, que perderam suas casas nos ataques, continuam alojados em residências de familiares ou em abrigos improvisados. É o caso da família Sawafiri, cujo sítio foi totalmente destruído por tanques israelenses.
Os ocupantes destruíram um criadouro de galinhas com 30.000 aves e um silo com 20 toneladas de trigo. "Já faz um ano, e ainda não sabemos por que fizeram isso", diz Mahmud Sawafiri, de 24 anos.
Os 22 dias de ataques israelenses mataram 1.400 palestinos, a maioria civis. Em contrapartida, 13 israelenses morreram (quatro civis e nove soldados).
Com agências