UBM capricha na programação dos 100 anos do 8 de março

Não é todo dia que algum movimento celebra 100 anos de luta. Por conta disso, a União Brasileira de Mulheres (UBM) se prepara para construir um dia inteiro de atividades no próximo 8 de março, o chamado Dia Internacional das Mulheres que neste ano registra um século de grito feminino pela busca da igualdade de gênero.

Na próxima segunda feira (08), a coordenadora estadual da UBM reunirá dezenas de militantes da entidade desde madrugada até o fim do dia em atividades politicas e sociais. Às 5h está prevista uma queima de fogos em saudação aos 100 do 8 de março. Por volta de 8h30, a entidade realizará um ato político e panfletagem na esquina das avenidas Eduardo Ribeiro e 7 de setembro. Durante todo o dia, de 9h até às 17h será realizado o Mutirão da Cidadania, na Praça do Congresso, Centro.

Corte de cabelo e manicure, expedição de registros de identidade, CPF e certidão de nascimento, orientações jurídicas sobre os direitos da mulher, sobre aleitamento materno e arrecadação de frascos de vidro para seu armazenamento são alguns dos serviços a serem oferecidos no Mutirão. Informação sobre prevenção de problemas cardíacos, doenças sexualmente transmissíveis e uma performance teatral sobre o Estatuto da Mulher também estão previstos na programação do serviço.

A UBM tem se consolidado como entidade que tanto trava a luta política pela causa das mulheres quanto pela sua intervenção pública com caráter de oferta de serviços. Em 2009, a entidade recebeu inclusive um prêmio do Rotary Club por conta da relevância social de suas atividades.

Muitos ganhos num século de lutas

De acordo com Vanja, as mulheres têm muito que comemorar nesse século de luta. “Vários ganhos foram conquistados ao longo desse século e todos possuem seu grau de importância num determinado período histórico”, afirma.

Direito ao voto, inserção no mercado de trabalho, licensa maternidade, recentemente ampliada, e Lei Maria da Penha são algumas dessas que podem ser mencionadas segundo a dirigente da UBM. Quanto a esta última, ela afirma que se trava nova luta para que seja mantida conforme foi aprovada, haja vista que a revisão entrou em pauta inclusive no Supremo Tribunal Federal (STF).

Apesar disso, as pautas que mais mobilizam as mulheres nas atividades desencadeadas pelo movimento feminista denuncia o quanto ainda precisa ser feito. “Iniciamos esse novo século com a participação sendo mais forte nessa questão do combate à violência doméstica e na busca por mais oferta no mercado de trabalho”, constata.

No entanto, a luta estratégica pela conquista dos espaços de poder também está nesta lista. “A busca pelos espaços de poder é pauta recorrente dos movimentos que debatem as demandas das mulheres. E essas espaços são tanto os parlamentos e vagas no poder executivo, quanto nos movimentos populares. Afinal, acreditamos que é importante termos as mulheres não apenas envolvidas nas lutas populares como sendo condutoras delas”, destaca Vanja.

De Manaus,
Anderson Bahia