Lula Morais destaca retaliação comercial do Brasil aos EUA

O deputado Lula Morais (PCdoB) destacou, na sessão plenária desta quarta-feira (10/03) da Assembleia Legislativa, o início da retaliação do Brasil aos Estados Unidos da América (EUA) diante da recusa americana de retirar os subsídios concedidos à produção e exportação de algodão. Agora, o parlamentar comunista teme “forças que atuam no Brasil e agem em defesa dos EUA”. Segundo ele, por meio da mídia, estão tentando convencer o povo de que essa retaliação trará prejuízos para os consumidores.

Para Lula Morais, a decisão do governo brasileiro de elevar o imposto de importação de 102 produtos é uma forma de pressionar o governo americano a recuar em sua “postura arrogante”. Conforme o deputado, a possibilidade de uma pressão inflacionária vinda da sobretaxa sobre trigo não é provável. Por isso, segundo ele, o preço do pão não irá subir em decorrência da retaliação brasileira.

Conforme explicou Lula Morais, o Brasil importa dos EUA apenas 5% de todo o trigo que consome. Ele entende que essas “forças” a serviço dos EUA estão tentando incutir no Brasil a ideia de que a retaliação irá recair sobre o preço do pão que chega a mesa do consumidor.

De acordo com a decisão da Organização Mundial do Comércio (OMC), o Brasil tem de aplicar retaliações na área de bens em pelo menos US$ 560 milhões do total autorizado de US$ 829 milhões. O resto pode ser em propriedade intelectual e serviços. O Governo Federal decidiu que US$ 238 milhões serão usados na retaliação na área de propriedade intelectual.

Em aparte, o líder do PSDB na Casa, deputado João Jaime, disse temer que a retaliação traga prejuízos para o Brasil, caso todos os produtos com impostos aumentados não sejam substituídos. “Espero que não chegue a esse ponto e haja entendimento entre ambos os países”. Uma solução apontada pelo tucano seria propor aos americanos que retirem sobretaxas sobre alguns produtos que o Brasil exporta, como o camarão. “Em compensação o Brasil não pratica a retaliação”, sugeriu. “A última coisa que os empresários, governo e população querem é uma guerra comercial”, ponderou.

Para Lula Morais, o temor de João Jaime não se justifica. De acordo com o parlamentar comunista, o governo brasileiro possui “inteligência” para aumentar os impostos apenas de produtos que possam ser substituídos. Ele ressaltou ainda que também é a favor de um acordo. No entanto, defende que os EUA seja o país a ceder, e não o Brasil.

O deputado Artur Bruno (PT) frisou que esta decisão revela uma “política acertada” do governo de Luiz Inácio Lula da Silva em relação ao comércio externo. “O Brasil quer competir de igual para igual. Não interessa guerra comercial, mas ao pressionar o governo americano eles precisarão mudar a postura”.

Petrobras

Durante seu pronunciamento, Lula Morais também destacou que a Petrobras tem um volume de investimentos programados para 2010 da ordem de R$ 79,5 bilhões.

Fonte: Coordenadoria de Comunicação Social da AL