Opinião: Projeto aluno/a atleta trará benefícios a cadeirantes

 

A atividade faz parte do Projeto Aluno e Aluna Atleta, parceria entre a Prefeitura de Goiânia e os clubes da Capital, que a  Semel lançou no ano passado e já atende  mais de 400 alunos/as em treinamento de base de diversas modalidades. O atendimento é gratuito e realizado semanalmente, utilizando a infraestrura, treinadores e materiais esportivos dos clubes. Os alunos encaminhados pela Secretaria Municipal de Educação, através das Escolas, tem prioridade no atendimento, na faixa etária de 6 a 17 anos. Os clubes maiores são obrigados a oferecer à prefeitura 30% das vagas das equipes de treinamento em seis modalidades, sendo três delas coletivas.

 

Além do Clube de Engenharia, já fazem parte do Projeto Aluno e Aluna Atleta os Clubes Jaó, APCEFe Clube dos Oficiais, que se somam ao esforço da Semel para transformar Goiânia em uma “cidade olímpica”, ou seja, uma cidade que prepare efetivamente seus atletas para a participação em Olimpíadas, Jogos Pan-americanos e competições nacionais. Essa é uma das diretrizes que temos imprimido no trabalho da área esportiva em Goiânia e que já está sendo debatido na Conferência Municipal de Esporte e Lazer, cuja plenária final ocorrerá nos dias 8 e 9 de abril. A Conferência tem meta ousada: aprovar um Plano Decenal do Esporte e Lazer para a capital. Os convênios foram assinados pelo Prefeito Iris Rezende e decorrem da autorização contida na Lei Complementar 170/06, que estabelece que os clubes que se abrirem para esse atendimento de inclusão social através do esporte poderão requerer isenção parcial do IPTU devido a cada ano. Há vagas disponíveis em várias modalidades e as informações podem ser obtidas na Semel, nos telefones 3524-5021/26.

 

O Projeto Aluno e Aluna Atleta compõe-se de três etapas: 1- massificação da iniciação esportiva ; 2- treinamento de base nos clubes; 3- concessão de bolsa de estudos para os/as atletas. O primeiro passo é despertar as crianças e adolescentes para o esporte, com atividades de esporte educacional nas escolas municipais e núcleos de iniciação esportiva da Semel e outras entidades. Nesse momento, o foco é a integração e a proteção social, estimulando crianças para a prática esportiva. No segundo momento, os que revelarem talento ou determinação de avançar para o esporte de competição, são encaminhados ao treinamento de base nos clubes, onde começarão a trajetória de atleta de competição. Preocupa-nos, e essa é a razão da terceira etapa, a formação educacional e profissional desses/as futuros/as atletas. O resultado que queremos alcançar é que nossos/as jovens atletas tenham condições de continuar seus estudos e conquistar um diploma de grau universitário, pois afinal nem todos poderão viver exclusivamente dos rendimentos que o sucesso esportivo proporcionar, e mesmo que alguns consigam esse feito, ninguém consegue ser atleta de competição por toda a vida. Daí advem a necessidade de que o/a atleta possa completar sua formação educacional e profissional. Nessa etapa, é preciso a parceria decidida das escolas de ensimo médio e faculdades e universidades particulares, na oferta de bolsa de estudo para os destaques do esporte. Avaliamos como desejável e positivo um cenário em que cada escola ou instituição de ensino superior tenha como meta manter permanentes equipes competitivas nas modalidades que escolher. Isso, se disseminado, fortalecerá em muito o panorama esportivo local e nacional.

 

Agradecemos ao prefeito Iris Rezende e aos dirigentes dos clubes sociais, pela largueza de visão, pelo coração aberto e generoso em dar a mão aos semelhantes, em acudir aos que mais necessitam. Essa parceria é verdadeira e profunda, uma autêntica via de mão dupla. Os clubes ajudam a prefeitura a proporcionar treinamento esportivo gratuito para crianças carentes e a prefeitura isenta uma parte do imposto devido pelos clubes. O resultado a médio e longo prazo é que Goiânia poderá se tornar uma capital do esporte e não teremos mais a desagradável notícia de que fechou mais um clube em Goiânia. Os clubes não são patrimônio público, mas devem ser considerados um patrimônio da cidade, devem ser fortalecidos no seu papel de formadores de atletas, além de ofertar o lazer. Tanto isso é verdade que recente alteração na Lei Pelé passou a destinar aos clubes formadores de atletas um percentual da arrecadação das loterias da CEF. Uma Goiânia sem clubes seria, com certeza, mais triste, com maior acúmulo de estresse, com menos qualidade de vida.

 

* Luiz Carlos Orro é secretário municipal de Esporte e lazer de Goiânia e membro do Conselho Nacional do Esporte, integrante da direção nacional e estadual do PCdoB.